Artigo
JESUS EMOTIVO
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Nos dois artigos precedentes, falamos sobre Jesus, o homem e Jesus, o homem forte. Vamos refletir um pouco sobre outra faceta de Jesus como homem. Vamos considerar Jesus, emotivo. Jesus foi forte, sim, psíquica, moral e fisicamente, mas isso não o impediu de ser um emotivo. Pelo contrário, se ele não o fosse, não teria sido humano em toda a extensão da palavra.
A emoção é a causa de muitas das nossas reações, boas e más. Às vezes, o ser humano tem emoções que o levam a reações perigosas, como a raiva, o ódio, a vingança, o ciúme, a inveja etc. Essas emoções são más. Em outras ocasiões, o mesmo ser humano tem emoções que provocam a compaixão, o perdão, a compreensão e o amor. Jesus, na sua vida terrena na Palestina, sentiu muitas emoções bonitas, com atitudes maravilhosas. Os evangelhos têm vários exemplos.
Mateus nos diz que, certo dia, Jesus olhou as multidões que o seguiam e teve compaixão delas porque “andavam desgarradas e errantes, como ovelhas quem não têm pastor (Mt 9,36). Mateus relata ainda: “E ele, ao desembarcar, viu uma grande multidão; e, compadecendo-se dela, curou os seus enfermos” (Mt 14, 14). Em outra ocasião, muita gente seguia Jesus e “Ele chamou seus discípulos, e disse: tenho compaixão da multidão, por já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer, e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.” (Mt 15, 32)
Marcos, por sua vez, nos relata que um leproso se aproximou de Jesus e demonstrou sua fé de que Jesus, se quisesse, podia curá-lo. Jesus, então, “compadecido dele, estendendo a mão, tocou-o e disse: quero, sê limpo” (Mc 1, 41).
Lucas nos conta um maravilhoso milagre de Jesus, quando viu uma pobre viúva que acompanhava o féretro de seu filho único: “Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. Aproximando-se, tocou no caixão, e os que carregavam pararam. Ele ordenou: “Jovem, eu te digo, levanta-te! O que estava morto sentou-se e começou a falar”. (Lc 7, 13-15).
Mas Jesus, levado pela emoção, não apenas fez milagres, mas teve bonitas sensações. Por exemplo, quando ele chorou pela morte de seu amigo Lázaro (Jo 11, 31-35) e alegrou-se quando as criancinhas se aproximarem dele para ser abençoadas (Mt 19, 13-14). Sentiu a ingratidão, quando chorou sobre Jerusalém (Lc 19, 41). E teve emoções fortes, como a chamada ira santa, quando expulsou os vendilhões do templo (Mt 21,12-13). Como nós, Jesus foi emotivo, mas soube aproveitar suas emoções para praticar o bem.