A palavra graça tem sido utilizada em muitos sermões como o conceito mais importante da Bíblia – a lógica da salvação e a justificativa do amor de Deus pelos que andam em trevas. Os pastores são unânimes em afirmar que, se eliminar a graça do Evangelho, ele deixa de ser a boa notícia para salvar, libertar e transformar vidas. Mas o que há de tão especial nessa pequenina palavra?
No Antigo Testamento, a palavra graça aparece mais de 60 vezes dando a ideia de favor aos olhos de Deus; no Novo Testamento é o favor imerecido de Deus para com o homem. Em Tito 2:11, Paulo a definiu como “A graça de Deus que se manifestou salvadora a todos os homens! Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas – e a viver de maneira sensata, justa e piedosa...”
“E na concepção jovem, qual é o peso dessa palavra, que por sinal Jesus não precisou falar dela em Seu ministério?”.
A resposta foi dada pelo seminarista Leonardo Machado, 30 anos, um dos pregadores mais convidados de sua geração para anunciar o Reino de Deus em igrejas e encontros da juventude em Alagoas e Pernambuco. Um jovem com formação em Direito, está concluindo o curso de Teologia e crê no poder da oração como resposta às dificuldades da vida.
“Diante de um mundo em trevas, a graça surge como o alvorecer! Nós não tínhamos nada a oferecer a Deus; não fizemos por merecer; andávamos como ovelhas desgarradas (1 Pe 2:25), mas Ele nos amou! Jesus não precisou falar da graça, porque ela é personificada n’Ele, que era Rei e desceu do Céu como prova e expressão do amor do Pai (Rm 5:8) para que tivéssemos vida eterna (João 3:16)”, disse.
Ainda de acordo com o seminarista, líder da juventude e professor da Escola Bíblica Dominical da Igreja Batista Betel, a Bíblia descreve que, dentre todos os seres humanos, não há nenhum justo, nem um sequer (Rm 3:10), pois todos se desviaram (Rm 3:12).
“Maldito todo aquele que não persiste em praticar o que está escrito no livro da Lei (os 5 primeiros livros da Bíblia, chamados de Pentateuco e todos os outros do Velho Testamento – Gl 3:10). Aqueles que tentam alcançar a salvação por meio das obras viverão sempre frustrados, pois nesse cenário a exigência, segundo a Bíblia, é impossível de ser alcançada”, prosseguiu.
O escrito de Gálatas, no entendimento de Leonardo Machado, é duro e incisivo.
“Se não conseguimos manter estrita e fiel observância ao que está escrito na Palavra de Deus, logo concluímos que estamos sob maldição. A Bíblia vai além, afirmando que estamos mortos em nossas transgressões e pecados (Ef 2:1)”, afirmou o seminarista.
É nesse contexto de trevas e morte que, na visão do jovem pregador, a graça de Deus surge como o raiar do sol. “A graça pode ser traduzida como um presente, um dom, uma dádiva de Deus. A graça é o meio pelo qual Deus aceita pecadores indignos”, concluiu.