Coluna Religião
Pastoral leva refeição para moradores de rua
Grupo da Pastoral Familiar da Paróquia São Maximiliano Kolbe, no Benedito Bentes, entrega alimentos a pessoas que vivem nas ruas


Nos primeiros dias em que as atividades não essenciais fecharam as portas e as ruas ficaram vazias por causa da pandemia da Covid-19, uma pergunta não saía da cabeça de um pequeno grupo da Pastoral Familiar no Benedito Bentes: “Com o medo de contaminação, quem irá ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas?”
Foi assim que no dia 18 de março este grupo da Paróquia São Maximiliano Kolbe iniciou os trabalhos, oferecendo refeição noturna aos moradores de rua da região.
Com um trabalho tímido, aos poucos, outras pessoas começaram a ajudar, e a refeição que era ofertada uma vez por semana, se multiplicou e virou três, como explica Simone Silva.
"Tínhamos evangelização na quarta-feira à noite, mas devido ao novo coronavírus não pudemos realizar essa missão. Então, transformamos o Evangelho em vida concreta e iniciamos o trabalho", revelou.
No decorrer das semanas outros movimentos, pastorais e comunidades começaram a ajudar também. E, seguindo os devidos protocolos sanitários, o alimento era distribuído. "Primeiro temos um momento de oração para agradecer as doações e depois fazemos a partilha", explicou Simone Silva.
O cardápio é o mais variável possível, de sopa, passando pelo nosso tradicional cuscuz com alguma proteína, arroz-doce, o típico mungunzá e até o famoso cachorro-quente.
As refeições são distribuídas para famílias e pessoas que se abrigam na Praça Padre Cícero, em frente à igreja, e no mercado público do bairro. "Muitos trabalham com reciclagem e no fim do dia vão se abrigar nesses locais", observou.
Mas os missionários não terminam a distribuição de refeições por aí. Logo em seguida, se dirigem ao mini pronto-socorro do Benedito Bentes I e oferecem a quem está aguardando atendimento, e também no posto de saúde municipal que fica ao lado das pessoas que passam a madrugada para conseguir marcar uma consulta no outro dia pela manhã.
Já se vão 11 meses, mas as doações diminuíram à medida que as atividades econômicas retornaram, algo que não dá para explicar. "Então, tivemos que deixar essa distribuição apenas uma vez na semana. Mas é nosso compromisso e não vamos deixar", encerrou Simone.