Artigo
ANGÚSTIAS DE JESUS, DE MARIA E NOSSAS
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É impressionante e, ao mesmo tempo, consolador ver nas vidas de Jesus e de Maria muitas angústias que nós também sentimos e sofremos. Angústias de vários tipos, como físicas, psicológicas, morais e espirituais.
No caso de Jesus, podemos dizer que, desde seu nascimento, sua vida foi uma caminhada para o Calvário. Nessa caminhada, ele passou por todo tipo de aperreios, como a ingratidão do seu povo, ao qual ele só fez o bem. Essa ingratidão foi tão exacerbada que chegou ao ponto em que os judeus quiseram matá-lo, como em Nazaré, ou apedrejá-lo e ele foi obrigado a fugir. Jesus passou a sua vida fazendo o bem e nem sempre foi compreendido. Ao contrário, foi perseguido e um grupinho fazia questão de persegui-lo em toda a parte. Na sua última semana ele precisou ter nervos de aço para enfrentar uma oposição ferrenha.
Mas, além dessa pressão psicológica constante, os sofrimentos físicos chegaram às raias do inimaginável. Ele sentiu fome e sede; andou a pé pelas estradas poeirentas da Palestina, fazendo giros longos pela Galileia, pela Judeia, por toda a Palestina do seu tempo. Mas, foi no tríduo final de vida, que seus sofrimentos físicos chegaram à selvageria. Preso, passa uma noite numa prisão horrorosa e, de manhã, é levado ao julgamento. Aí, as humilhações, o menosprezo com a preferência de um malfeitor a ele, santo e inocente, as bofetadas, as cusparadas, uma coroação ridícula e humilhante com uma coroa de espinhos, que o fará sangrar muito e provocar dores terríveis, uma flagelação, que já levara muitos à morte, a subida do calvário por entre gente impiedosa e, no final, exausto e quase um molambo de gente, é ainda pregado e pendurado numa cruz.
No caso de Maria, é preciso lembrar que ela viveu na noite da fé e na constante dor de uma mãe que participa de todos os sofrimentos do seu filho. Basta lembrar a fuga para o Egito, as perseguições a Jesus durante sua vida missionária, sua crucifixão, quando cada martelada em Jesus era um punhal no coração de sua mãe. Maria sofreu problemas financeiros, pela sua pobreza; sofreu angústia, quando Jesus ficou em Jerusalém; sofreu quando engravidou por obra do Espírito Santo e deixou José e seus conterrâneos em desespero.
Portanto, muitíssimas das nossas dores e muitíssimos dos nossos sofrimentos foram suportados por Jesus e Maria. Eles compreendem bem nossos ais e, por isso, podemos e devemos recorrer a eles, que estenderão suas mãos, ouvirão nossas aberturas do coração e nos ajudarão nos nossos momentos de angústia. Recorramos a eles e eles os ajudarão sempre.