FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
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Por Mons. Pedro Teixeira Cavalcante /Teólogo | Edição do dia 25/06/2022 - Matéria atualizada em 25/06/2022 às 04h00
O ano litúrgico da Igreja Católica, baseado no mistério da nossa redenção, é bonito e muito bem organizado. Ele começa com a expectativa da vinda do Redentor. Celebra em seguida o Natal de Jesus e, após, apresenta-o ao mundo. É a Epifania. Segue-se a Quaresma, numa preparação séria e profunda para a realização do mistério da salvação: a Semana Santa. E depois de se ter vivido o mistério pascal, aguarda-se, durante algumas semanas, a ascensão do Senhor, festa que é seguida de outra grande celebração, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Uma semana após, vem a festa da Santíssima Trindade, Trindade que é começo e fim de tudo. Na verdade, todo o mistério da Redenção partiu da Trindade e tudo se dirige para Ela. Portanto, a festa da Santíssima Trindade fecha, de certo modo, o ciclo redentor, o qual todavia continua em celebrações que mostram pontos fortes da Redenção e o seu resultado na vida da humanidade, sobretudo da Igreja. Por isso, aparecem as celebrações de Corpus Christi, para que os fiéis demonstrem publicamente seu amor à Eucaristia; as festas de Jesus, de muitos santos, especialmente as de Maria Santíssima, a qual aparece desde o início com a Encarnação.
A festa da Santíssima Trindade, além de lembrar o sentido da nossa vida, chama a nossa atenção para nossa fé em Deus. Com efeito, o Deus cristão é um Deus trinitário, mas, na prática, vive-se o monoteísmo judaico. Os cristãos falam constantemente em Deus, mas dão a impressão que é um Deus teórico, no qual colocam a responsabilidade de tudo. Para tudo e em tudo, usamos o nome de Deus, como Deus te pague, Deus te abençoe, Deus te guie. Mas a pergunta é: que Deus é esse ao qual nos referimos? Parece que dizemos o nome de Deus, sem pensar quem é ele.
Na verdade, o nosso Deus cristão é uno na divindade, na sua essência infinita, mas é trino, pois Ele subsiste em três Pessoas distintas: Ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isto significa que cada Pessoa tem um relacionamento próprio conosco e que nós também devemos ter um relacionamento especial com cada uma das três Pessoas divinas.
Deus é nosso Pai, ele cuida de nós com carinho, afeto e amor e nós somos seus filhos. Por isso, respeitemo-lo e amemo-lo com todas as nossas forças. Deus é nosso Irmão e, por isso, Ele nos guia com carinho, afeto e amor e nós devemos pegar na sua mão com toda confiança, deixar que Ele nos defenda e ajude e seguir seus conselhos e suas ordens, com obediência e amor.