Coluna Religião
DEHONIANOS: 110 ANOS DA PRESENÇA EM ALAGOAS
Congregação completa, neste ano, 130 anos em terras brasileiras, uma história que inicia na defesa dos pobres e evangelizando com a arte


“A eucaristia e a cruz são os mananciais dos quais o Sagrado Coração se expande em ondas de amor, de graça, de misericórdia.” Essas são palavras de Leão João Dehon, o Padre Dehon, fundador da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), que completa, nesta ano, 130 anos da sua presença em terras brasileiras e 110 na Arquidiocese de Maceió, mas precisamente na Paróquia da Virgem dos Pobres, no Vergel do Lago.
Em Alagoas, a história oficial começa em 1913 com a chegado do padre Francisco Gerald, que viveu na Arquidiocese até 1923, passando por diversas cidades de Alagoas. “Os dehonianos aqui estiveram, em terras alagoanas, por quase um século. Além de um defensor dos pobres, ele também realizou pinturas na Catedral Metropolitana e construiu tantos templos católicos por onde passou. Um santo homem”, falou o arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz.
Em um salto temporal chegamos a fevereiro de 2019, quando a convite do arcebispo metropolitano, os dehonianos retornam e a Paróquia Nossa Senhora Virgem dos Pobres acolheu os primeiros sacerdotes: padre Francisco Sales de Moraes, para a função de pároco, e o padre José Egito Freire, para a função de vigário paroquial.
O momento foi especial, pois essa foi a paróquia visitada por São João Paulo II, quando esteve em Maceió, em 1991. E em 2021, o padre Simão Pedro Claudino Santos e o padre José Egito Freire, como vigário paroquial, mas que atualmente é o novo pároco, após a transferência do seu antecessor.
RENOVAÇÃO
Ramon Bertoldo é frater dehoniano da Província de Recife e hoje colabora na Paróquia Virgem dos Pobres, ajudando ao pároco. Ele conversou conosco sobre a sua jornada vocacional e as experiências de fé vividas na congregação.
“O meu chamado surgiu junto do trabalho com a música e a juventude. Se um padre foi capaz de me proporcionar uma transformação radical na minha vida por meio de uma vivência sacramental e espiritual, também sinto que posso fazer isso. Interessante que minha humanidade foi reparada por meio de algo que amo e na congregação tenho a oportunidade de trabalhar com o que amo, que é a música. Ser dehoniano é reparar o coração do outro a partir de um coração”, disse.
Ele recordou que, atualmente, o processo formativo da província se inicia com os quatro primeiros anos (propedêutico e filosofia) e depois o seminarista é enviado para o postulantado em Barretos (SP) e somente após esse ano de postulantado ele faz o noviciado e, em seguida, professa os votos e se torna religioso.
Bertoldo fez um convite aos jovens que se sentem chamados: “Padre Dehon diz uma frase que me marca até hoje:’Um homem que queira mudar a sociedade não pode ter ideias tímidas. Acredito que ser dehoniano é fazer tudo a partir de um coração. Responder o que Deus quer para cada um de nós é transformar profundamente o mundo. Jovem, vem fazer essa experiencia de amor a partir da espiritualidade do coração de Jesus. Isso é transformar o mundo!”.