... MARIA E A TRINDADE ...
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Por Mons. Pedro Teixeira Cavalcante /Teólogo | Edição do dia 09/09/2023 - Matéria atualizada em 09/09/2023 às 04h00
No início da recitação do santo rosário, rezamos três vezes a Ave-maria. Na primeira vez, saudamos a Virgem Maria na sua relação com o Pai Eterno; na segunda Ave-maria saudamos Maria como mãe de Jesus Cristo; na terceira Ave-maria, ligamos Maria ao Divino Espírito.
Maria é a filha queridíssima do Pai eterno. É a mulher bendita, entre todas, a escolhida, a ornada com ouro de safir, a preparada para ser a mãe do seu Filho unigênito. Para ela Ele escolheu uma missão especial e a amou com amor todo especial, reservado só a ela. Ele a preparou de modo particular, para que ela pudesse ser a mãe do seu Filho. O Pai não poderia amar mais uma pessoa humana do que Maria.
A esse amor extraordinário do Pai, Maria correspondeu com um amor não menos extraordinário, enquanto nasceu de uma criatura humana. Sem compreender perfeitamente, simplesmente ele diz sim à vontade do Pai. Não um sim de uma hora, de um momento, mas um sim contínuo, perpétuo. A maior prova do seu íntimo relacionamento com o Pai é o cumprimento sem interrupção da sua divina vontade.
Maria é a Mãe queridíssima do Filho. O Filho de Deus é também Filho de Maria, gerado no tempo e no espaço na sua natureza humana. Pode na terra haver relação mais profunda, na linha humana, do que a que existe entre mãe e filho? A carne de Jesus é carne de Maria; os ossos de Jesus são ossos de Maria! Jesus sempre foi uma parte intrínseca do corpo e da alma de sua mãe, Maria. E Maria correspondeu a esse amor de seu Filho com um amor puro, santo, total, único, perfeito e incontaminável. Maria foi sempre toda de Jesus. Os evangelhos são a prova perfeita desse relacionamento entre mãe e filho. Foi por ele que uma espada transpassou o coração de Maria, pois a mesma lança que furou o coração de Jesus, furou o coração de sua mãe, que sempre esteve profundamente unida a ele.
Maria é a obra querida do Espírito Santo. Nela o Santo Espírito esmerou-se enquanto pôde. Cobriu-a com suas graças, Fê-la santuário sagrado e puro do Verbo encarnado. Maria, por sua vez, nada negou ao Espírito Santo, sendo-lhe fiel e cumprindo tudo quanto o Espírito Divino lhe inspirou e lhe pediu. Logo que soube que sua concepção do Salvador era obra do Espírito Santo, mesmo sem compreender perfeitamente como tudo aconteceria, ela simplesmente, sem pestanejar, sem duvidar, sem se importar com as consequências, disse: Faça-se!
Notemos que ela não diz como os profetas e os patriarcas “eis-me aqui!”, pois já estava à disposição de Deus. Ela diz “faça-se”, porque é toda de Deus e quer que o Espírito opere nela simplesmente como Ele quiser.