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Nº 5822
Coluna Religião

.... ... NÃO BASTA ... ....

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Por Mons. Pedro Teixeira Cavalcante /Teólogo | Edição do dia 21/10/2023 - Matéria atualizada em 21/10/2023 às 04h00

Quando o Evangelho nos diz que, quem ama a Deus cumpre os seus mandamentos, deixa claro, ao mesmo tempo, que amar de verdade a Deus exige viver autêntica e perfeitamente esse amor. Ou seja, cumprir os mandamentos significa duas coisas. A primeira é não pecar. Esta é a de certa maneira negativa, porque, como nos mandamentos domina o “não”, mas no fundo é uma ação sumamente positiva, pois é uma luta constante e contínua durante toda nossa vida.

Somos todos nós pecadores e, por isso, inclinados ao mal e praticamos a maldade por pensamentos, palavras e obras. Ademais, cada pessoa nasce com um temperamento e uma personalidade com inclinações peculiares e próprias, por isso temos que lutar, e lutar muito, para arrancar nosso egoísmo, nossas vaidades, nosso orgulho, nossas atitudes de falta de caridade, nossa sexualidade desenfreada, nossa prepotência, nossa avareza, nossa autossuficiência, em suma, todas as más tendências, palavras, gestos e pensamentos que mancham nossa alma. Temos de travar uma batalha contínua, sustentados e fortalecidos pela graça de Deus, para nos transformar em uma nova criatura.

E tudo isso numa séria radicalidade, pois não basta começar, não basta ficar no meio. é preciso ir até o fim. Jesus foi claro e categórico: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). Certa ocasião, Jesus disse a um discípulo que lhe pedira para ir enterrar seu pai antes de segui-lo: “Segue-me, e deixa que os mortos enterrem seus mortos” (Mt 8,22).

Muitos cristãos se contentam com água morna, de que fala o Apocalipse (3,15), mas os santos foram radicais. Todos eles! Vejamos Francisco de Assis, que poderia ter continuado sua vida cristã como um jovem cristão qualquer, mas quis deixar tudo e seguir Jesus em toda sua radicalidade!

Mas, não basta essa primeira radicalidade, que é, como disse acima, a parte fundamental, a parte eliminatória, a parte inicial, a estrada é longa. Ao tempo em que vamos nos purificando, já começamos nossa subida da montanha do amor. E essa subida que se inicia com a limpeza inicial, se complementa com os atos de amor. Atos de amor que são conversão constante, íntima e pessoal, ou seja, oração, vida sacramental fervorosa e sincera, atos de caridade para com o próximo com muita generosidade, e renúncias a tudo que desagrada a Deus e ao irmão.

Para ser cristão de verdade, para subir a montanha do amor não podemos ser medíocres e não basta agir pela metade.

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