Artigo
Ele recebeu o prêmio da glória
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Partiu para a casa do Pai, o Monsenhor Luís Marques Barbosa. Sua vida foi cheia de trabalhos apostólicos, sempre irradiando alegria e paz?
Conheci o Monsenhor no dia 11 de fevereiro de 1947. Nesse dia, entrei no seminário de Maceió e tive a graça de tê-lo como prefeito da minha divisão. Ele cursava Teologia e eu devia fazer o curso ginasial. Eu, pequeno e iniciante, fui designado para a primeira divisão e o Monsenhor foi escolhido para ser o orientador ou prefeito, como se dizia naquela época.
Alegre, cordial, logo conquistou a simpatia de todos. Acompanhava-nos grande parte do dia. Acordava-nos com palmas e um alegre “Bendigamos ao Senhor!”. Ensinava-nos a ginástica matutina e nos acompanhava nas ocasiões reservadas à nossa divisão.
Alguns anos depois, foi meu professor de religião e no dia de sua primeira missa guardei uma flor do altar e lhe ofertei no primeiro aniversário de sua ordenação sacerdotal. Nos anos seguintes, acompanhei sua trajetória e lembro de seu tempo de pároco na igreja de São José, no Trapiche, e seu trabalho como capelão militar na Polícia de São Paulo. Nessa época, eu, também trabalhando na polícia de Alagoas, visitei-o e recebi dele, em São Paulo, toda a atenção. Anos depois, nos encontramos em Roma, eu fazia o doutorado em Teologia e ele um curso de atualização teológica.
Monsenhor Luís Marques foi um sacerdote inteligente, piedoso, usando sempre sua voz bonita para alegrar o culto divino. Foi um padre marcante. Como a humanidade é ingrata, por causa de uma falha, foi crucificado em vida, mas ele soube aproveitar seu calvário para se santificar e conseguir o prêmio da glória.