ARTIGO
Objeções
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Muitas objeçõs foram apreesentadas ao primado de São Pedro. Examinemo-las.
Em primeiro lugar, vejamos uma passagem da carta de S. Paulo as Gálatas, onde se lê: "...vendo que a mim fora confiado o evangelho dos incircuncisos como a Pedro o dos circuncisos - pois aquele que estava operando em Pedro para a missão dos circuncisos operou também em mim em favor dos gentios - e conhecendo a graça em mim concedida, Tiago, Cefas e João, os notáveis tidos como colunas, estenderam-nos a mão a mim e a Barnabé, em sinal de comunhão: nós pregaríamos aos gentios e eles para a Circuncisão"(Gál 2,7-9).
Devemos notar, de pronto, que neste texto não aparece nenhum obstáculo ao primado de Pedro. O fato de que Pedro fica com a pregação para os circuncisos e Paulo para os incircuncisos revela apenas uma distribuição e divisão de trabalho. Na verdade, foi S. Pedro quem recebeu a revelação divina de que "a nenhum homem se deve chamar de profano ou impuro"(At 10,28).
Foi também Pedro quem, por primeiro publicou e solenemente abriu as portas da Igreja aos gentios mediante o batismo de Cornélio (At, 10,47-48).
Ora, esses fatos não eram desconhecidos por S. Paulo. Portanto, trata-se aqui de uma mera distribuição de tarefas, a partir do apostolado missionário de Paulo, como se pode notar muito bem pelo final do versículo nono.
Por outro lado, embora S. Paulo insista constantemente que sua doutrina vinha-lhe diretamente do céu, ele só começou a pregar aos gentios após seu encontro de quinze dias com S. Pedro (At 1,18).