ARTIGO
O papado nos concílios ecumênicos 2
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No início de novembro de 451, durante o quarto concílio ecumênico, o de Calcedônia, foi enviada, pelos padres sinodais, uma carta ao Papa Leão 1, que dizia: “Se, pois, onde dois ou três estão reunidos em nome dele, Ele aí está presente, conforme disse. Quanta familiaridade não mostrou com 520 sacerdotes, que prepuseram às suas pátrias e aos seus trabalhos a ciência da sua confissão? Os quais tu, como cabeça do membro, presidias mediante aqueles que te representavam apresentando o reto conselho” (Cf. DS 306).
Estamos há mais de cem anos do concílio de Sárdica e a Igreja, representada pelos seus bispos, reunidos no quarto concílio ecumênico, segue firme no reconhecimento da dignidade, do primado, da importância e da direção, que estão na pessoa do Romano Pontífice. Mais uma vez, também aqui, a referência é direta à figura do sucessor de Pedro e não ao bispo da Igreja de Roma.
O cânon 21, da décima sessão (28 de fevereiro de 870), do concilio Constantinopolitano assim ficou redigido: “Crendo que a palavra do Senhor que Cristo dirigiu aos santos apóstolos e seus discípulos, ‘quem vos recebe, a mim é que recebe’ e ‘quem vos despreza a mim é que despreza’, e foi dita também para todos que, depois deles e segundo eles, foram feitos Sumos Pontífices e príncipes dos pastores na Igreja católica”. Definimos que nenhum dos poderes do mundo tenta desonrar ou mover do próprio trono qualquer que seja dos que estão à frente das sedes patriarcais, mas que os julgue dignos de toda reverência e honra, sobretudo, o santíssimo Papa da antiga Roma. Em seguida, porém, o patriarca de Constantinopla, depois, os patriarcas de Alexandria, de Antioquia e de Jerusalém; e que ninguém compile ou componha tratados e palavras contra o santíssimo Papa da antiga Roma sob o pretexto de alguns quase crimes difamatórios.
