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Nº 5759
Economia

D�vida p�blica tem alta recorde e chega a R$ 819 bi

A dívida líquida do setor público atingiu R$ 819,376 bilhões em julho, o equivalente a 61,9% do PIB (Produto Interno Bruto), maior nível da história. O saldo é R$ 69,118 bilhões superior ao de junho, quando a dívida pública somava R$ 750,258 bilhões (57%

Por | Edição do dia 30/08/2002 - Matéria atualizada em 30/08/2002 às 00h00

A dívida líquida do setor público atingiu R$ 819,376 bilhões em julho, o equivalente a 61,9% do PIB (Produto Interno Bruto), maior nível da história. O saldo é R$ 69,118 bilhões superior ao de junho, quando a dívida pública somava R$ 750,258 bilhões (57% do PIB, até então o maior percentual de todos os tempos). O crescimento do saldo deveu-se principalmente à alta do dólar no mês, o que provocou uma elevação de R$ 34,3 bilhões na dívida mobiliária (em títulos) interna indexada ao dólar e de R$ 33,7 bilhões na dívida externa. Com isso, o saldo da dívida pública não está dentro da trajetória traçada pela meta indicativa acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que previa, por exemplo, que a dívida deveria chegar em junho em até R$ 725,079 bilhões e, em setembro, a R$ 730 bilhões. Isso não significa restrições ao acordo com o fundo, pois é apenas uma meta indicativa do acordo. Do total do estoque, R$ 554,335 bilhões (41,9% do PIB) referem-se à dívida do governo federal; R$ 222,226 bilhões (16,8% do PIB), à dos governos estaduais; R$ 28,632 bilhões (2,2% do PIB), à dos governos municipais; R$ 32,849 bilhões (2,5% do PIB), à das empresas estatais; além de o Banco Central ter créditos a receber no valor de R$ 18,666 bilhões (1,4% do PIB). Vinculação Apesar de a dívida líquida do setor público ter alcançado o valor recorde de R$ 819,376 bilhões em julho, a sua “trajetória não é explosiva”. A afirmação é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, que justificou esse crescimento devido ao comportamento do dólar no período. Do total da dívida líquida do setor público, 46% estão vinculados à taxa de câmbio, que teve uma elevação em julho de 20,5%. Lopes informou que, se o BC usasse a taxa de câmbio média do mês, em vez da taxa de final de período, a dívida teria fechado julho em 57,8% do PIB. A taxa média de câmbio em julho foi de R$ 2,93 contra uma taxa de R$ 3,428 do final do mês. “Em julho, houve uma elevação substancial da taxa de câmbio ao final do período”, disse o técnico do BC, lembrando que a taxa voltou a recuar em agosto. Segundo ele, se a taxa fechar o mês de agosto no patamar do início da semana, de cerca de R$ 3,12, a dívida deverá cair para algo em torno de 59% do PIB. “O ponto principal para o crescimento da dívida está vinculado à volatilidade da taxa de câmbio”, insistiu Lopes, destacando que o movimento é simétrico. Quando o dólar sobe, a dívida cresce, e quando cai, o estoque da dívida também cai.

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