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Nº 5759
Economia

Projeto para a ferrovia foi lan�ado por Pedro II

Mais de cem anos depois comprova-se a extensão da visão de estadista do Imperador Pedro II – foi ele que lançou a idéia para se construir a ferrovia ligando os sertões nordestinos aos portos das capitais, no litoral. A idéia foi engavetada e hoje, forçada

Por | Edição do dia 01/09/2002 - Matéria atualizada em 01/09/2002 às 00h00

Mais de cem anos depois comprova-se a extensão da visão de estadista do Imperador Pedro II – foi ele que lançou a idéia para se construir a ferrovia ligando os sertões nordestinos aos portos das capitais, no litoral. A idéia foi engavetada e hoje, forçada pelas exigências da economia de mercado, volta à discussão seguindo-se o mesmo traçado imaginado pelo Imperador. Ao propor a construção da ferrovia, Pedro II visava garantir o fluxo de carga e gente entre o médio e o baixo São Francisco, na parte não-navegável do rio. E coube ao Imperador dar o primeiro passo, com a construção da ferrovia entre Piranhas-AL e Jatobá-PE, ligando os sertões dos dois Estados, cujo fluxo de carga era impossível pelo rio devido às cachoeiras. Essa ferrovia histórica funcionou até 1966, quando foi desativada, sem ter se cumprido com o projeto estendendo a linha até Petrolina e daí para Juazeiro-BA. Enquanto durou, a ferrovia Piranhas- Jatobá garantiu o papel de integrar o baixo ao alto São Francisco. Os pólos A questão agora é a economia de mercado, que exige competitividade. “A competitividade começa com a redução dos custos”, alertou um diretor da CFN, mostrando que o transporte ferroviário é o único que pode garantir essa redução. “O que nós temos de fazer, agora, é reduzir o tempo de viagem. Isso será possível quando for feito os melhoramentos na linha férrea. Hoje, a velocidade máxima permitida é de 30 quilômetros por hora, daí a razão de uma viagem entre Alagoas e o Ceará demorar seis dias”, disse o diretor, referindo-se ao trem de álcool. No projeto apresentado ainda durante o Império, previa-se o surgimento de pólos industriais na região, o que também foi comprovado com o surgimento do pólo gesseiro do Araripe, hoje um dos principais exportadores de gesso para a Europa (consumo em hospitais), e de frutas, com ênfase para o semi-árido da Bahia e Pernambuco, na região do Vale do Rio São Francisco, considerada como eldorado da caatinga. Estrutura A Companhia Ferroviária Federal, formada pelo consórcio que reúne a Companhia Vale do Rio Doce, o Bradesco e o Grupo Votorantim, garante que fará investimentos para adquirir vagões e material de tração (locomotivas). “A estrutura é fundamental para o sucesso da ferrovia. Nós vamos chegar lá”, disse o diretor. Outro diretor da CFN, Key Garrido, anunciou que a empresa estava negociando com a Trikem o transporte de produtos químicos para o terminal de Camaçari-BA. O diretor garantiu que a CFN estava disposta a adquirir vagões-tanque especiais, revestidos com poliéster, para a realização do transporte de soda e dicloretano.

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