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Nº 5822
Economia

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As indústrias brasileiras estão cada vez mais endividadas. As dívidas com as instituições financeiras mais que dobraram no período de 1995 a 2001. No ano passado, para cada real de capital próprio, a indústria de transformação tinha 40 centavos de dívidas

Por | Edição do dia 10/09/2002 - Matéria atualizada em 10/09/2002 às 00h00

As indústrias brasileiras estão cada vez mais endividadas. As dívidas com as instituições financeiras mais que dobraram no período de 1995 a 2001. No ano passado, para cada real de capital próprio, a indústria de transformação tinha 40 centavos de dívidas junto ao sistema financeiro. Em 1995 essa proporção era de 18 centavos. Também cresceu a proporção de empresas com prejuízo, de 28% para 33%. De 1995 a 2001, a rentabilidade média da indústria de transformação não superou os 6%, enquanto que a dos 100 maiores bancos ficou por volta de 15%. Essas são algumas das conclusões de um levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), feito com 330 indústrias da transformação que faturaram R$ 201 bilhões em 2001. O crédito caro e escasso, aliado à excessiva carga tributária, são apontados pela Firjan como responsáveis pela gradativa deterioração financeira das indústrias. “O endividamento, em si não é uma coisa ruim. Mas ele tem que ser acompanhado de melhoria na situação das empresas, o que não se verificou nesses anos todos. A rentabilidade da indústria tem sido medíocre”, diz Augusto Franco Alencar, diretor operacional corporativo da Firjan. À exceção de 2000, quando a rentabilidade das indústrias da amostra alcançou 7,55%, nos outros anos ela sempre ficou abaixo de 6%. Já no sistema financeiro, com base numa amostra de 100 bancos, a rentabilidade sempre ficou acima de 11%. Brutal diferença Segundo Alencar, a brutal diferença de rentabilidade mostra uma forte transferência de renda do setor produtivo para o financeiro, através da taxa de juros. “Quanto mais altos os juros, pior a situação da indústria. Quando ele baixa, o quadro melhora. “Foi o que ocorreu em 2000, quando a taxa de juros atingiu um dos patamares mais baixos, cerca de 17%. Naquele ano, o número de empresas que tiveram prejuízo foi de 27%, o menor desde 1995. O maior vigor industrial também foi reflexo do crescimento da economia como um todo, com o Produto Interno Bruto crescendo 4,5% naquele ano.

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