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Nº 5822
Economia

Renda m�dia do trabalhador diminuiu 10,3%

A primeira pesquisa nacional por amostra de domicílio do milênio revela que os brasileiros ganham enquanto consumidores, mas perdem como trabalhadores. Os brasileiros ganharam menos, frequentaram mais a escola e tiveram mais geladeiras e máquinas de lavar

Por | Edição do dia 13/09/2002 - Matéria atualizada em 13/09/2002 às 00h00

A primeira pesquisa nacional por amostra de domicílio do milênio revela que os brasileiros ganham enquanto consumidores, mas perdem como trabalhadores. Os brasileiros ganharam menos, frequentaram mais a escola e tiveram mais geladeiras e máquinas de lavar em casa em 2001 em comparação a 1996, segundo a pesquisa registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) em 2001. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 1996 a média de salários no País era de R$ 663 e, em 2001, ela caiu para R$ 595, representando uma perda de 10,3%. Em valores reais, contudo, o salário mínimo de 2001 foi o maior do período de 1990 a 2001, de acordo com o estudo do IBGE. O presidente Fernando Henrique Cardoso falou em Brasília sobre os indicadores, ressaltando que houve uma “desconcentração de renda”. “Quem diz que em meu governo houve concentração de renda é porque não conhece os dados”, afirmou. Paradoxos Num mesmo estudo, o IBGE reúne paradoxos. Entre 1996 e 2001, a renda média do trabalhador encolheu 10,3%, e mesmo assim o IBGE detectou aumento no consumo de bens duráveis como máquina de lavar roupas. Sem falar do uso de telefones que subiu de 37,6% para 58,9% do total de moradias. Os domicílios que possuíam apenas linha móvel celular eram 7,8% em 2001, segundo a pesquisa. O índice de Gini, que mede a concentração de renda numa escala entre 0 e 1 em que o 1 significa a máxima concentração, atingiu seu mínimo em 2001 (0,566). O máximo havia ocorrido em 1993 (0,600). Na faixa que concentra as pessoas ocupadas que ganham salário mínimo, houve ganho real de 4,7% em média, segundo os dados do IBGE. “A renda ainda está muito concentrada há um caminho longo a percorrer”, disse o presidente. Apesar da perda de renda pela população, a proporção de casas com telefones e eletrodomésticos aumentou. O número de moradias com geladeiras subiu de 78,4% em 1996 para 85,1% em 2001. As máquinas de lavar também passaram a figurar em maior proporção nas casas - 30,5% em 1996 comparado a 33,7% no ano passado. Com uma explosão em cinco anos, o número de lares com linha telefônica, fixa ou móvel, passou de 25,5% em 1996 para 58,9% em 2001. O acesso a computadores, dado que só passou a constar da pesquisa a partir de 2001, está presente em 12,6 por cento das casas. Têm acesso à Internet 8,6% das residências. Pela primeira vez, a televisão deixou o rádio para trás na preferência dos brasileiros, aparecendo em 89%.

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