Amea�a de guerra eleva risco-Brasil a 1.942 pontos
O risco-país brasileiro fechou em alta de 4%, a 1.942 pontos, com os investidores estrangeiros fugindo do mercado de dívida de países emergentes ante a possibilidade de uma nova guerra no Golfo Pérsico. O C-Bond, principal título da dívida brasileira nego
Por | Edição do dia 19/09/2002 - Matéria atualizada em 19/09/2002 às 00h00
O risco-país brasileiro fechou em alta de 4%, a 1.942 pontos, com os investidores estrangeiros fugindo do mercado de dívida de países emergentes ante a possibilidade de uma nova guerra no Golfo Pérsico. O C-Bond, principal título da dívida brasileira negociado no exterior, caiu 2,43% para 55,125% do valor de face. O movimento de aumento do risco é observado nos últimos dias em todos os mercados emergentes, mas tornou-se mais agudo no Brasil com o crescimento da possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições já no primeiro turno. Os investidores, sobretudo os estrangeiros, temem que a vitória de um candidato de oposição provoque mudanças bruscas na política fiscal e na manutenção da dívida do País. Hoje, apenas três países têm riscos maiores que o do Brasil: Argentina (6.424 pontos), Nigéria (3.563 pontos) e Uruguai (2.131 pontos). A possibilidade de uma nova guerra no Golfo Pérsico, que pode causar a disparada dos preços do petróleo, está minando o mercado de dívida, já que com o crescimento dos riscos cresce também a cautela, e os mercados emergentes acabam sendo os primeiros lugares a serem evitados pelos investidores. Apesar da decisão do Iraque, anunciada na última segunda-feira, de aceitar os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu território, o governo norte-americano insiste na necessidade de uma intervenção militar no país, que segundo a administração de George W. Bush estaria fabricando armas de destruição em massa e violando regras da ONU.