Economia
Em alta pelo 5� dia seguido, d�lar fecha a R$ 3,335

O dólar fechou em alta ontem pelo quinto pregão consecutivo, num mercado extremamente nervoso e esvaziado. Agora, a moeda norte-americana está apenas 3,3% (ou R$ 0,12) mais barata do que a cotação recorde do Plano Real, os R$ 3,47 registrados no último dia 31 de julho. Ao contrário do que ocorria naquela ocasião, entretanto, a pressão sobre a moeda atualmente é plenamente política, e não econômica, exercida tanto pelo cenário externo quanto pelo interno. Ontem o dólar chegou a ser cotado, na máxima do dia, a R$ 3,368, mas acabou fechando a R$ 3,355 para venda, 3,35% mais caro do que o valor de fechamento da terça-feira. Enquanto isso, no mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo teve queda de 1,49%. O Banco Central (BC) confirmou, no fim da tarde, que vendeu dólares no mercado à vista de câmbio para conter as cotações, sem revelar o montante. A medida serviu apenas para conter a alta, sem conseguir revertê-la. Segundo operadores, apenas os bancos persistem no mercado cambial, enquanto investidores menores aguardam pela definição das eleições para tomar qualquer atitude. Mais cedo, a instituição vendera US$ 50 milhões em um leilão de linha externa, modalidade de operação na qual o montante é recomprado pelo BC ao fim de um determinado prazo, e mais US$ 60,5 milhões em linhas para exportação. Política A situação se agrava no Brasil com a possibilidade crescente de um candidato de oposição vencer as eleições no primeiro turno. Uma pesquisa eleitoral do Ibope, divulgada na noite de ontem, que atribuiu a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 48% dos votos válidos, ou apenas dois pontos e um voto menos do que a margem necessária para vencer no primeiro turno - números ratificados por levantamento do Vox Populi divulgados ontem. O mercado teme que a vitória de um candidato de oposição prejudique a relação do País com os organismos externos de financiamento. Como ainda faltam 17 dias para o pleito, o mercado ainda considera a possibilidade de uma reversão no cenário que coloque Lula em uma disputa no segundo turno com José Serra, o candidato governista e segundo colocado nas pesquisas. Por isso, o atual patamar das cotações é apenas transitório, podendo subir, mas também recuar sensivelmente.