Edivaldo Junior Apertem os cintos! O dólar subiu. Ainda são poucos brasileiros que já tiveram ou têm qualquer negócio com a moeda norte-americana. Mas são muitos (ou praticamente todos) os filhos da terra tupiniquim que sofrem as conseqüências das oscilações do câmbio. Basta o dólar subir um pouco, que imediatamente o dinheiro perde valor no bolso do trabalhador brasileiro. A alta do câmbio, por diversas razões, influencia diretamente os preços no Brasil. Com as verdinhas valendo mais – ou o Real valendo menos, como preferir – a vida por aqui fica mais cara e difícil. Alguns aumentos já podem ser sentidos nas prateleiras dos supermercados como efeito direto da alta do dólar. O óleo de soja, o frango, o pãozinho, o leite, os produtos de limpeza e higiene pessoal, só para citar alguns casos, estão com preços mais altos, como reflexo das oscilações do câmbio. A gasolina e o óleo diesel só não estão mais caros, ainda, porque o governo, deliberadamente, está segurando os preços até as eleições para não prejudicar seus candidatos. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, aumentou cerca de 12% nos últimos sete dias, mas apenas para os consumidores industriais e comerciais. Também neste caso, o governo está segurando o aumento para o consumidor residencial, que será repassado logo após as eleições. O aumento da gasolina virá com certeza, já avisou a Petrobras. Até novembro, o novo preço será anunciado. A variação será de no mínimo 3%. Mas já há quem aposte, no mercado, em um aumento de 30%. Esse será o percentual de reajuste do combustível, se a Petrobras mantiver os critérios de aumento que vêm sendo adotados até agora – baseados no preço internacional do petróleo e na cotação do dólar. No caso da soja, o aumento também tem base no mercado internacional. Embora o Brasil  seja um dos maiores produtores mundiais, o preço da commodity é fixado na bolsa de  Nova Iorque. Assim o óleo de soja fica mais caro no supermercado e o farelo de soja (alimento para frangos , suínos e vacas de leite) também aumenta, provocando uma onda de reajustes em vários produtos. O mesmo exemplo serve para outros produtos, a exemplo do trigo (pães, massas e bolos), milho (aves, ovos, suinos ) cana-de-açúcar (álcool e açúcar) etc etc etc. Ou seja, a vida do brasileiro, cada vez que o dólar subir, ficará mais cara. E o que é pior. Após as elições, o impacto do aumento será bem maior. Perca ou ganhe, o governo vai liberar os preços de uma só vez. E a conta, novamente sobrará mais para o trabalhador brasileiro.