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Nº 5759
Economia

Comerciantes se afastam dos cheques pelo elevado �ndice de inadimpl�ncia

FÁTIMA ALMEIDA O índice de inadimplência é o principal fator gerador da relutância de alguns setores do comércio em aceitar pagamentos em cheque. Nos postos de combustível, por exemplo, não é raro encontrar faixas do tipo “não aceitamos cheques”. Até no

Por | Edição do dia 29/09/2002 - Matéria atualizada em 29/09/2002 às 00h00

FÁTIMA ALMEIDA O índice de inadimplência é o principal fator gerador da relutância de alguns setores do comércio em aceitar pagamentos em cheque. Nos postos de combustível, por exemplo, não é raro encontrar faixas do tipo “não aceitamos cheques”. Até no ramo de supermercados há comerciantes que dizem “prefiro não vender do que receber pagamento em cheque”. Na opinião de José Renato Leite, gerente regional Nordeste da Telecheque, empresa que presta serviço de consulta e garantia de cheques, essa concepção é equivocada e prejudicial ao comerciante, tanto quanto para o consumidor. “A recusa em trabalhar com cheque acontece porque o comerciante não sabe trabalhar com crédito, não utiliza os instrumentos disponíveis no mercado para separar o cheque bom, do cheque ruim”, diz ele. Renato esteve em Maceió esta semana conversando com empresários do ramo de combustíveis, tentando convencê-los de que trabalhar com cheque é muito mais rentável e favorece as vendas. Segundo levantamento da empresa, a média de cheques nos postos de combustível é de R$ 50,00, quantia que nem sempre o cliente tem no bolso na hora de abastecer o carro. E se não pode pagar com cheque ele acaba procurando outro posto. Positivos Renato reconhece que o índice de inadimplência é grande, mas prefere trabalhar com os índices positivos: “95% dos cheques são compensados, e os nossos chegam a 98%”, assegura. E tem mais: segundo ele, 94% das consultas feitas são autorizadas. Para isso a empresa trabalha com dois sistemas: o “score”, um modelo quantificador que define limites de crédito por CPF e o “behaviok score”, modelo qualificador que flexibiliza os limites do crédito score em função do comportamento do consumidor no uso de cheques. Para isso eles têm um acompanhamento sistemático do usuário de cheques. Com isso, segundo Renato, não tem porque brecar um cheque só porque o cliente é novo no banco, se a empresa tem um histórico positivo do consumidor em outros bancos. Com 20 anos no mercado e com clientes em 1.100 municípios brasileiros a Telecheque acumulou experiência para observar detalhes que considera importantes como o horário em que o cheque é mais arriscado. “Um cheque passado às 10h de quinta-feira é menos arriscado do que um passado às 3h da manhã. A probabilidade de ter sido roubado é maior pela madrugada”, explica Renato. Defensor dessa modalidade de pagamento, ele tem dados que mostram que os cheques não estão em baixa. “Em 2001 foram processados no Brasil 2 bilhões e 600 milhões de cheques, movimentando cerca de R$ 1,8 trilhão. Os cartões de crédito efetuaram 858 milhões de transações e os cartões de débito eletrônico foram responsáveis por 371 milhões de operações”.

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