BC tenta for�ar queda de taxas de c�mbio e aperta regras do mercado
No primeiro dia do segundo turno da eleição presidencial, com a previsão de mais três semanas de instabilidade no mercado financeiro, o Banco Central decidiu, ontem, aumentar as exigências de capital para as instituições financeiras operarem com câmbio de
Por | Edição do dia 08/10/2002 - Matéria atualizada em 08/10/2002 às 00h00
No primeiro dia do segundo turno da eleição presidencial, com a previsão de mais três semanas de instabilidade no mercado financeiro, o Banco Central decidiu, ontem, aumentar as exigências de capital para as instituições financeiras operarem com câmbio de moedas. A medida, que entra em vigor hoje, poderá forçar uma queda na taxa de câmbio. Agora a instituição financeira que quiser negociar dólares terá de ter, necessariamente, mais dinheiro próprio. Se não tiver (ou não quiser usar) vai ter de vender a moeda. E para negociar a mesma quantidade de dólares terá de colocar a mão no caixa. Na verdade, as instituições só terão duas opções: ou venderão dólares para reduzir a posição da carteira, ou terão de aumentar o capital. A conta nem é tão complicada: até agora, os bancos tinham que ter, para cada R$ 100 aplicados em dólar, R$ 50 em capital. A partir desta terça, o BC passa a exigir um capital de R$ 75. Ou seja, houve um aumento de 50%. Os bancos terão, a partir desta terça, cinco dias úteis para se adaptar às novas regras. Mas, se não estiverem adequados, não poderão comprar mais moeda estrangeira no mercado até que revejam suas posições. O diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, afirmou que a medida tem o caráter prudencial. Quando a taxa de volatilidade está elevada e quanto maior a exposição líquida cambial, maior o risco para a instituição, afirmou o diretor. Segundo ele, o objetivo da medida é exigir que os bancos que desejam operar com câmbio tenham mais capital. Darcy negou qualquer vinculação da medida com o cenário político. Questionado sobre o fato de a decisão ser anunciada um dia após o primeiro turno das eleições e após o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter dito que cabe ao governo tomar as medidas necessárias para acalmar o mercado, Darcy frisou que o BC não atende a pedidos de nenhum candidato.