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Nº 5759
Economia

D�lar volta a fechar com 2� maior valor do real

São Paulo - O dólar teve forte alta ontem, de 3,9%, e fechou a R$ 3,875, o segundo maior valor do Plano Real. O recorde, de R$ 3,88, foi atingido em 27 de setembro. Na semana, a moeda já se valorizou 7%. O risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, teve

Por | Edição do dia 10/10/2002 - Matéria atualizada em 10/10/2002 às 00h00

São Paulo - O dólar teve forte alta ontem, de 3,9%, e fechou a R$ 3,875, o segundo maior valor do Plano Real. O recorde, de R$ 3,88, foi atingido em 27 de setembro. Na semana, a moeda já se valorizou 7%. O risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, teve alta de 7,9% ontem e fechou em 2.269 pontos. A incerteza quanto ao futuro político do Brasil e a grande concentração de vencimentos de dívidas dos setores público e privado neste mês são os motivos para a pressão na cotação. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, caíram 5,8%. Segundo boatos que circularam no mercado, um grande fundo de “hedge” (proteção cambial) estrangeiro estaria se desfazendo de papéis brasileiros hoje, o que potencializou a queda dos títulos. Também houve rumores em torno de pesquisas eleitorais mostrando larga vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais. “Inexplicavelmente havia no mercado o comentário de que o dia era nervoso por conta da grande chance de Lula ser o novo presidente. Como se isso fosse uma novidade”, afirma Miriam Tavares da corretora AGK. Ela avalia que a preocupação do mercado cresceu com o balanço final das eleições, que mostra, até aqui, o fortalecimento do PT. Vladimir Caramaschi, da Fator Doria Atherino, avalia que a nova composição do Congresso desagradou aos investidores. “As condições de governabilidade serão ruins tanto para Serra quanto para Lula. A diferença é que Serra já teria um voto de confiança do mercado e Lula, não. Ele teria que conquistar essa credibilidade.” A medida anunciada pelo Banco Central na segunda-feira, que aumentou em até 50% a necessidade de capital das instituições financeiras para a exposição cambial, não surtiu o efeito em princípio previsto, que era o de provocar uma queda do dólar. Por outro lado, avalia Caramaschi, se a medida não tivesse sido adotada, o dólar poderia ter subido mais. O mercado de câmbio vive dias de pouca liquidez. O BC é praticamente o único atuante na ponta vendedora -a autoridade monetária voltou a vender dólares ao mercado à vista e fez um leilão de linha de exportação. “Ninguém quer se desfazer de dólares”, afirma Caramaschi. “Quem tem a moeda em mãos se sente protegido de todas essas incertezas”.

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