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Nº 5824
Economia

Aumento do pre�o do d�lar faz subir o custo da saca de trigo e seus derivados

A queda na produção mundial do trigo, o aumento de seu consumo e a valorização do dólar ocasionaram um reajuste de 80% no preço médio da saca do produto este ano no Brasil, que já reflete no bolso dos consumidores alagoanos. Pães, massas e outros alimento

Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

A queda na produção mundial do trigo, o aumento de seu consumo e a valorização do dólar ocasionaram um reajuste de 80% no preço médio da saca do produto este ano no Brasil, que já reflete no bolso dos consumidores alagoanos. Pães, massas e outros alimentos à base de trigo estão mais caros. Na semana passada, por exemplo, o preço do macarrão teve um reajuste que chegou a 25%. A maioria dos países que são grandes produtores de trigo teve quebra de safra este ano em relação ao ano passado. Com menos oferta do produto e maior consumo, o preço sobe. Apenas os agricultores estão gostando dessa alteração no mercado financeiro. Eles estão aproveitando a oportunidade para fazer bons negócios e recuperar as perdas causadas pelos fatores climáticos. Todo o trigo consumido no país é importado, no Nordeste, esse índice chega a sua totalidade, somado a isso temos o seu valor internacional, o trigo em alta e o dólar disparando, fazendo com que o preço do grão atinja o mais alto patamar desde o início do Plano Real. E a tendência é aumentar ainda mais. A indústria da panificação tenta não fazer previsões pessimistas. Mas o presidente da Associação dos Panificadores do Estado de Alagoas, José Olindino Matos Filho, afirma que os empresários do setor estão segurando o quanto pode para não repassar, aos consumidores, o reajuste do preço do trigo. Novos aumentos “A situação está ficando insustentável. Além do trigo tiveram aumento recentemente o fermento e o açúcar. Daqui a uns dias o reajuste será inevitável. Provavelmente, o pãozinho de 50 gramas passará a custar, no mínimo, R$ 0,20”, prevê. Segundo dados da Associação dos Panificadores do Estado de Alagoas, cada pessoa que vai à padaria, sai do estabelecimento levando, em média, dez pães. Inclusive, à noite, quando a procura pelo alimento é bem maior. Os donos de padaria não têm trigo estocado. Aliás, nem mesmo os moinhos alagoanos têm o cereal em grande quantidade em seus depósitos, como assegura Marcos Aurélio Sobral Furtado, gerente comercial do Moinho Motrisa. “A última importação que receberemos chegará dos Estados Unidos no próximo dia 10. Depois disso, não sabemos o que fazer. Não temos trigo suficiente para abastecermos todos os nossos compradores”. De acordo com Marcos Aurélio, a situação não afeta só o Brasil. “Esta crise está acontecendo em todo o mundo. Mas especialmente aqui sofremos com a falta de iniciativas por parte do governo federal para comprarmos produtos importados por um preço mais justo”, conta, referindo-se ao novo preço da saca de trigo. Há algumas semanas, uma saca com 50 quilos estava sendo vendida a R$ 71 e agora, depois das sucessivas desvalorização do real em relação ao dólar, está sendo vendida a R$ 85,00.

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