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Nº 5759
Economia

Recupera��o no pre�o do leite anima produtor

EDIVALDO JUNIOR Depois de amargar dificuldades nos últimos meses por causa dos baixos preços pagos por sua produção, os produtores de leite do Estado começam a respirar mais aliviados. De junho até setembro, o preço pago ao produtor pela indústria teve

Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

EDIVALDO JUNIOR Depois de amargar dificuldades nos últimos meses por causa dos baixos preços pagos por sua produção, os produtores de leite do Estado começam a respirar mais aliviados. De junho até setembro, o preço pago ao produtor pela indústria teve um reajuste superior a 10% - subiu de R$ 0,36 para R$ 0,40 o valor básico do litro de leite. A situação só não é melhor, explica o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite (Sindileite), Ricardo Barbosa, porque os custos de produção também tiveram uma alta elevada. “Nos últimos meses, o preço da soja e do milho teve aumentos superiores a 50% por causa da alta do dólar”, argumenta. Barbosa lembra que o milho e a soja são os principais insumos da ração para vacas leiteiras e por isso os reajustes têm um impacto muito grande nos custos de produção. Programa A recuperação do preço do leite, segundo o Sindileite, é resultado do “Programa do Leite”, implantado no Estado há pouco mais de dois meses. O programa, que consiste na distribuição de leite para famílias carentes, atingiu na última sexta-feira o volume diário de seis mil litros, com o seu lançamento na “cidade de lona”, em Maceió. “O leite do programa tem uma remuneração maior do que o leite fornecido para as grandes indústrias. Notamos que, logo após o lançamento do programa, aumentou a procura pela matéria-prima, o que provocou um reajuste para R$ 0,38 e depois para R$ 0,40 pelo litro do produto”, disse Barbosa. Outro fator importante, segundo Barbosa, é o leite da merenda escolar, que também ajuda a enxugar o mercado – atualmente são fornecidos 5,5 mil litros diariamente para as escolas da rede estadual. “Quanto menos leite disponível para as grandes indústrias, mais o produtor tem condições de negociar preços”, analisou. Ampliação O programa do leite é coordenado, em Alagoas, pela Secretaria de Agricultura, com o apoio de outros órgãos da administração pública, e segue o exemplo de outros Estados, como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde programas semelhantes funcionam há mais tempo. A filosofia do programa é simples: o Estado compra e distribui o leite com famílias carentes. De um lado ganham as famílias, que passam a ter incorporada na sua alimentação uma importante fonte de proteínas, do outro, o produtor, que recebe um pouco mais pelo produto e é beneficiado também pelo aquecimento do mercado. “Fomos conhecer o programa em outros Estados. Além de gerar mais empregos no campo, o programa do leite ajuda o produtor e contribui para a diminuição dos índices de mortalidade e até a diminuição da evasão escolar”, justifica Reinaldo Falcão, secretário da Agricultura. Se esta realidade se confirmar aqui, acredita Falcão, o Estado deverá ampliar o programa. “O programa tem tudo para dar certo. A demanda é cada vez maior e é possível, se o governo tiver condições para que ele seja ampliado”, avaliou. Números Atualmente, a pecuária de leite está espalhada por todas as regiões do Estado, embora ainda se concentre na região da bacia leiteira. A produção diária é estimada em 400 mil litros, que abastecem desde “fabriquetas” até as grandes indústrias multinacionais. O setor gera cerca de 20 mil empregos diretos e 100 mil indiretos e movimenta negócios acima de R$ 10 milhões por mês em toda a sua cadeia produtiva.

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