Alta do a��car em NY n�o atrapalha Pro�lcool
EDIVALDO JUNIOR A alta do dólar com a elevada cotação do preço do açúcar no mercado internacional deve redirecionar, pelo menos em parte, a produção do setor sucroalcooleiro de Alagoas. Tradicionalmente exportador, o segmento encontra, com estas condiçõe
Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00
EDIVALDO JUNIOR A alta do dólar com a elevada cotação do preço do açúcar no mercado internacional deve redirecionar, pelo menos em parte, a produção do setor sucroalcooleiro de Alagoas. Tradicionalmente exportador, o segmento encontra, com estas condições, um cenário extremamente positivo e que estimula a fabricação do produto para comercialização no mercado externo. Nas últimas cinco semanas, o preço da tonelada de açúcar demerara, na bolsa de Nova Iorque, saltou de cerca de US$ 140 para US$ 162 na última semana. O dólar também disparou, neste período, de um patamar de R$ 2,80 para R$ 3,80. Na ponta do lápis, uma tonelada de açúcar que até agosto valia lá fora R$ 384 para R$ 615 considerando o fechamento do dólar na sexta-feira. É justamente em meio a esse cenário das exportações que o Proálcool começa a dar sinais de revitalização. Será que vai mais uma vez faltar álcool nos postos de combustíveis? Embora a alta ou - como o setor prefere chamar, a recuperação dos preços no mercado externo incentive as exportações, os empresários garantem que não vai faltar álcool para abastecer o mercado interno. Não temos a menor dúvida de que o mercado interno é mais importante para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, afirma Jorge Toledo, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar). Toledo assegura que a agroindústria sucroalcooleira tanto do Nordeste quanto do Centro-Sul vai assegurar o pleno abastecimento do álcool combustível no País. No passado, embora a impressão tenha sido outra, houve falta de álcool, porque houve também houve escassez de matéria-prima, ou seja, de cana-de-açúcar. Hoje a realidade é outra e temos condições de assegurar plenamente o abastecimento, enfatiza. O compromisso da indústria sucroalcooleira com o pleno abastecimento do álcool é fundamental, alerta Toledo, para a efetiva retomada do Proálcool. Notamos que o consumo do álcool hidratado parou de cair nas últimas semanas. Esse é um sinal de que o mercado pode ser recuperado e estamos apostando nisso, diz. Reversão As vendas de carros a álcool voltarão a registrar melhor desempenho no mercado em setembro. Os dados são do Instituto de Economia Maurílio Biagi, órgão da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. O desempenho é atribuído à diferença próxima a 100% entre os preços do álcool e da gasolina nas vendas diretas ao consumidor. Segundo Antônio Vicente Golfeto, no mês de setembro, somente na região de Ribeirão Preto foram vendidos pelas concessionárias 732 carros novos a álcool e outros 746 movidos a gasolina. A indústria automobilística está se vendo forçada a considerar a opção dos consumidores e, com isso, passaram a produzir mais carros a álcool, afirma ele. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) confirma em todo o País a tendência registrada na região de Ribeirão Preto, maior produtora nacional de álcool. Segundo relatório da entidade, foram comercializados 5.839 carros movidos a álcool no mês de setembro em todo o Brasil, ou praticamente 5,3% de um total de 177.500 veículos zero quilômetro entregues ao consumidor. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a participação do carro a álcool no mercado de veículos automotores foi de aproximadamente 3,5%, totalizando 33.453 unidades diante de um total de 1.234.165 carros.