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Nº 5899
Economia

Alta do d�lar amea�a extinguir lojas de importados

A alta do dólar, que chegou quase a atingir os R$ 4,00, voltou a provocar turbulência no mercado financeiro. De quebra, a subida da moeda americana atingiu em cheio um setor que vinha crescendo no comércio de todo o País, que são as lojas de produtos

Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

A alta do dólar, que chegou quase a atingir os R$ 4,00, voltou a provocar turbulência no mercado financeiro. De quebra, a subida da moeda americana atingiu em cheio um setor que vinha crescendo no comércio de todo o País, que são as lojas de produtos importados, que estabeleceram o preço máximo de seus produtos em R$ 1,99. Quando o dólar começou a subir, essas lojas foram aos poucos desaparecendo do cenário comercial, já que a maior parte de seus produtos – brinquedos, principalmente – eram originários de países asiáticos e comprados em dólar. Mesmo assim, algumas lojas conseguiram manter as portas abertas, mas os produtos importados deram lugar aos nacionais. No entanto, a ameaça de crise ainda paira no ar, porque os produtos utilizados na fabricação dos artigos nacionais também são importados. E se o dólar continuar subindo, as lojas podem se deparar com nova crise. Produtos “Tivemos que passar a vender produtos nacionais para nos manter no mercado, preenchendo as prateleiras com apenas 15% de importados. Só assim, estamos sobrevivendo à crise provocada com o aumento diário do dólar”, diz Emanuel dos Santos, proprietário de uma loja instalada no centro comercial da capital que vende produtos a R$1,00; isso mesmo, o preço máximo é um real. O empresário, que também tem outra loja na capital, acredita que após passar o período eleitoral o dólar deve baixar, melhorando o movimento nas lojas especializadas em vender quase abaixo do preço de custo. Mesmo assim, Emanuel comenta que o movimento melhorou nas últimas semanas. Lojas “Nos últimos dias, por exemplo, houve uma grande melhora por conta do Dia das Crianças”, afirma. A vantagem das lojas de consumo popular é que o consumidor que entra nos estabelecimentos nunca sai sem levar algum produto, que inclui brinquedos de plásticos e utensílios domésticos. O setor também trabalha com grande estoque, diante do preço baixo dos produtos. Mas a alta cotação do dólar provocou o fechamento de grande parte das lojas de R$ 1,99. “Ainda existem algumas lojas funcionando porque elas têm um grande estoque, mas dificilmente deverão sobreviver por mais tempo, se o dólar continuar subindo”, atesta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Wilson Barreto. Ele diz que a tendência dos consumidores é voltar a comprar produtos similares nacionais, já que os importados são descartáveis. Barreto lembra que no geral a alta do dólar afetou todos os setores do comércio. “Houve um reaquecimento nas vendas nas últimas semanas por conta do Dia das Crianças. Mas essa melhora foi verificada apenas na venda de brinquedos, enquanto que outros setores aguardam um melhor movimento até o final do ano”. Para sobreviver à explosão do dólar e à queda do poder aquisitivo do brasileiro, o setor – formado por 17 mil lojas em todo o País - tenta vencer a crise com criatividade. A escolha do fornecedor é o primeiro passo para quem quer continuar no mercado, porque a compra de produtos no atacado por um preço menor permite ao comerciante vender mais barato ao consumidor. Mas a principal alternativa é a substituição de mercadorias importadas por similares nacionais, que vêm garantindo um maior lucro para as lojas de R$ 1,99 ou de R$ 1,00. Já as fábricas estão usando o plástico reciclado, que é mais barato, na fabricação de helicópteros de brinquedo. Outra alternativa é a utilização de caixas usadas de papelão para colocar as mercadorias, o que reduz os custos com embalagens.

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