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Nº 5759
Economia

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São Paulo - O economista e professor da PUC-RJ Luiz Roberto Cunha calcula que a inflação em 2003 pode ultrapassar os dois dígitos, chegando até a 15%. “Em alguns cenários, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) poderá ficar acima de 10%, ou entre 1

Por | Edição do dia 16/10/2002 - Matéria atualizada em 16/10/2002 às 00h00

São Paulo - O economista e professor da PUC-RJ Luiz Roberto Cunha calcula que a inflação em 2003 pode ultrapassar os dois dígitos, chegando até a 15%. “Em alguns cenários, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) poderá ficar acima de 10%, ou entre 10% e 15%”, afirmou. A previsão está alinhada com as apostas do mercado, mas contraria as expectativas dos principais institutos de pesquisa, segundo os quais essa projeção é “exagerada”. Cunha disse que, se a inflação chegar a dois dígitos, a equipe econômica do próximo governo terá de negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a flexibilização da meta para o próximo ano. A desvalorização do câmbio, que já provocou o estouro do teto da meta deste ano (5,5%), pressionará também a inflação do ano que vem. A projeção do economista considera uma possível melhora do nível de atividade econômica, que tem sido defendida pelos candidatos à Presidência. A partir de uma recuperação na economia, comércio, indústria e serviços, que estão trabalhando com margens apertadas, devem reajustar preços. A estimativa prevê também a continuidade da pressão sobre o câmbio. Cunha afirmou que é mais razoável trabalhar com um intervalo de meta entre 5% e 10%, “pois é utopia imaginar que a inflação ficará entre 3% e 4% no próximo ano”. De acordo com o economista, já há um impacto “pré-anunciado” da desvalorização cambial para as tarifas públicas em 2003, principalmente de energia elétrica, telefonia e combustíveis, a menos que haja queda nos preços internacionais do petróleo. A questão das tarifas, na opinião de Cunha, é um grande desafio para o próximo governo. “O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) não reflete a inflação real e cria uma distorção”, explicou o professor. Isso porque 60% do indicador é composto pelo Índice de Preços ao Atacado (IPA) - bastante sensível à alta do dólar, que tem “sistematicamente ficado acima do IPC”, mesmo na época de inflação elevada. Um dos reflexos dessa alta do IGP-M é a criação de um piso para os juros, explica o economista. “O governo só consegue colocar papéis longos no mercado que sejam remunerados pelo IGP-M.” Para ele, esse movimento poderá gerar um efeito de indexação de preços no futuro, prejudicando todo o esforço feito para combater a inflação.

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