BC consegue conter d�lar, mas juros disparam
São Paulo - O Banco Central manteve presença forte no mercado cambial ontem, mas só conseguiu frear a alta do dólar. A moeda americana caiu 0,12%, para R$ 3,845. Os juros futuros, pelo segundo dia seguido, bateram os limites de alta permitidos pela BM&F
Por | Edição do dia 16/10/2002 - Matéria atualizada em 16/10/2002 às 00h00
São Paulo - O Banco Central manteve presença forte no mercado cambial ontem, mas só conseguiu frear a alta do dólar. A moeda americana caiu 0,12%, para R$ 3,845. Os juros futuros, pelo segundo dia seguido, bateram os limites de alta permitidos pela BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), e as negociações foram paralisadas. Após uma manhã extremamente volátil, em que variou de uma queda de 1,1% a uma alta de 1% e inverteu a trajetória sucessivas vezes, o dólar fechou praticamente estável, vendido a R$ 3,845 e comprado a R$ 3,84. O risco-país, por sua vez, subiu 2,47% para 2.275 pontos. Segundo operadores, o volume de negócios foi razoável durante a manhã e irrisório durante a tarde. O mercado passou o dia no cabo de guerra entre os que querem comprar dólares, motivados pelo vencimento de US$ 3,6 bilhões em dívida cambial na quinta-feira, e os que querem vender, motivados pelo fim do prazo para ajuste às novas regras de exposição de crédito impostas pelo Banco Central, que termina hoje. Juros Após a surpreendente decisão de segunda-feira, quando o Copom elevou os juros básicos de 18% para 21% ao ano, os investidores correram para mudar as apostas sobre os juros, que não continham expectativa de alta. Os contratos que embutem as projeções para janeiro de 2003 -os mais negociados na BM&F - fecharam a 25,60%. Logo pela manhã a taxa alcançou o valor, teto estabelecido para os negócios com esses contratos pela Bolsa. Como norma de segurança, a BM&F se protege de oscilações exageradas das projeções ao estabelecer como variação máxima em um dia o percentual de 10%, para mais ou para menos. Atingido o limite, as operações são paralisadas -no caso de ontem, por exemplo, só seriam aceitos negócios abaixo de 25,60%. Também fecharam nos limites de alta os contratos para novembro, a 23,01%, e para dezembro, a 24,32%. A disparada das taxas sinaliza que os investidores cogitam a possibilidade de o Copom, em sua reunião ordinária da semana que vem, voltar a elevar os juros.