Economia
D�lar e juros em alta afetam vendas no com�rcio de Macei�

Para o comércio de Maceió, pior do que a alta dos juros, anunciada segunda-feira pelo Banco Central, é a permanência do dólar no patamar atual. A moeda norte-americana dita direta e indiretamente o comportamento dos preços de diversos produtos ? é o caso dos combustíveis, alimentos, químicos etc ? e afeta muito mais os negócios do que a elevação do custo crédito, que só interfere nas compras a prazo. ?Teremos que reajustar o preço de vários produtos, que já estão sendo repassados pelos revendedores com reajustes de até 100%. O empresário que não atualizar os preços pode ficar sem condições de renovar os estoques?, avalia o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Maceió), Silvio Arruda. Mesmo assim, os empresários do setor consideram extremente preocupante a decisão do Banco Central em elevar os juros. Principalmente porque as medidas refletem a instabilidade da economia no atual momento. ?A crise afeta o setor não só diretamente, mas também psicologiamente, na medida que incentiva o consumidor a adiar a sua decisão de compra?, explica Alfredo Lima, presidente da Sociedade Aliança Comercial. ?Os juros afetam os negócios, assim como a alta do dólar. Esperamos é que esse seja apenas um momento de instabilidade e que a situação volte ao normal no menor espaço de tempo possível?, completou Alfredo Lima. Estagnação Tanto o Sincomércio, quanto a Aliança, estão mais centrados em questões locais, mais ?próximas? da realidade alagoana. Aqui, segundo os dirigentes, a crise do setor é maior por causa de problemas como a estagnação econômica ou da ?invasão? dos camelôs. ?Faltam indústrias em Alagoas. O comércio não tem como crescer, como melhorar negócios ou gerar mais empregos se a economia do Estado não voltar a crescer?, protesta Arruda. Já Alfredo Lima aponta a crescente concorrência com os camelôs como um problema que merece atenção ?urgentíssima? das autoridades municipais. ?É cada vez maior o número de camelôs no Centro da cidade. O comércio não tem como suportar essa concorrência?, enfatiza.