Economia
D�vida: governo critica avalia��o feita por ag�ncia

Brasília - A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, ontem, as dívidas interna e externa do Brasil de B+ para B, com perspectiva negativa. O motivo, segundo a Fitch, seria a piora nos fundamentos de crédito, provocada ?por incertezas persistentes em torno da continuidade das políticas econômicas e da sustentabilidade da dívida, como resultado da transição eleitoral?. Tão logo tomou conhecimento do rebaixamento, o governo classificou de ?extemporânea e equivocada? a decisão da agência. ?Extemporânea por partir de uma visão pré-concebida do desenho futuro da política econômica; equivocada por basear-se em conteúdo analítico deficiente?, afirma uma nota conjunta do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC). A nota conclui que a agência ?tomou uma decisão precipitada e sem o necessário embasamento técnico requerido para cumprir com sua missão: a de orientar responsavelmente os investidores aqui e no exterior?. A divulgação de uma nota de duas páginas e meia criticando duramente a decisão da agência é um fato inédito. Normalmente, o governo não comenta as oscilações na classificação de risco do País. Ela marca uma atitude mais agressiva em defesa da política econômica brasileira. Segundo a nota, o relatório da Fitch analisa as perspectivas da economia brasileira a partir da transição administrativa e das decisões que serão tomadas pelo futuro presidente. Mesmo reconhecendo ser incapaz de prever o que será feito, a agência, na avaliação do governo, ?age como se soubesse que o próximo governo não será capaz de lidar de forma adequada com a questão?.