Brasil lidera ranking mundial de juros pelo 3� m�s
A taxa de juro real do Brasil, aquela que desconta a inflação, caiu de 10,1% em agosto para 9,7% em setembro. Apesar desse recuo, o Brasil lidera, pelo terceiro mês consecutivo, o ranking mundial das maiores taxas de juros reais, segundo levantamento da G
Por | Edição do dia 23/10/2002 - Matéria atualizada em 23/10/2002 às 00h00
A taxa de juro real do Brasil, aquela que desconta a inflação, caiu de 10,1% em agosto para 9,7% em setembro. Apesar desse recuo, o Brasil lidera, pelo terceiro mês consecutivo, o ranking mundial das maiores taxas de juros reais, segundo levantamento da Global Invest que envolve 40 países. Em julho, quando atingiu 10,3%, a taxa brasileira havia ultrapassado a da Polônia pela primeira vez desde julho de 2000. Dos 40 países que fazem parte da pesquisa da Global Invest, 23 são emergentes e 17, de-senvolvidos. Segundo a Global Invest, a atual taxa brasileira é quase seis vezes maior do que o juro médio praticado pelos 23 países emergentes analisados, que foi de 1,7% ao ano no período. Além disso, no período de 43 meses em que a pesquisa foi realizada, o Brasil é o único país que esteve sempre entre os quatro primeiros do ranking, sendo que ocupou a liderança por 20 vezes, incluindo setembro. Para se ter uma idéia, a Polônia, segunda colocada no ranking, com juro real de 8,4% em setembro, ficou 28 vezes entre os quatro países com taxas mais elevadas em 43 meses. O terceiro colocado, a Turquia, apresenta juros reais de apenas 6,1% ao ano. Nos Estados Unidos, o juro real era de 3% ao ano em setembro. A Venezuela, onde o juro real está negativo em 7,9%, lidera o ranking de menores taxas do mundo, seguida pela Argentina, com juro negativo de 5,4%. Nestes países, o juro real é baixo, no entanto, porque eles têm as maiores taxas de inflação entre os analisados pela consultoria. No acumulado de 12 meses, até setembro, a taxa de inflação da Argentina estava em 38,27%, por isso o juro real do país está negativo. O mesmo ocorre na Venezula, onde a inflação acumulada, de setembro de 2001 até o mesmo mês de 2002, estava em 32,89%. No Brasil, segundo dados do IPCA, calculado pelo IBGE, a inflação acumulada em 12 meses, até setembro, era de 7,93%. Na Polônia, país com a segunda maior taxa real, o índice de inflação em 12 meses cai para 0,98%.