Governo financiar� distribuidoras de energia
O governo decidiu usar a Eletrobrás para segurar o impacto da alta do dólar no reajuste das tarifas de energia elétrica, que acontece até o fim do ano. A estatal irá comprar energia mais cara de Itaipu - que vende em dólar - e vender mais barato para as d
Por | Edição do dia 25/10/2002 - Matéria atualizada em 25/10/2002 às 00h00
O governo decidiu usar a Eletrobrás para segurar o impacto da alta do dólar no reajuste das tarifas de energia elétrica, que acontece até o fim do ano. A estatal irá comprar energia mais cara de Itaipu - que vende em dólar - e vender mais barato para as distribuidoras até o fim do ano. A decisão já afetou o reajuste das distribuidoras Bandeirante e Piratininga e ainda deverá reduzir o aumento das concessionárias CEEE (RS), Cerj (RJ) e Light (RJ). O mecanismo funciona como se fosse um financiamento da Eletrobrás às distribuidoras, porque a estatal estará antecipando às conces-sionárias uma redução de 15,43% no preço da energia vendida por Itaipu. A redução só deveria vigorar a partir de janeiro de 2003. A energia é vendida de Itaipu para a Eletrobrás, que repassa para as distribuidoras. Ou seja, até o fim do ano a Eletrobrás irá perder dinheiro no repasse para as distribuidoras da energia comprada de Itaipu. O prejuízo será ressarcido, em prestações, a partir do ano que vem, quando o preço cobrado por Itaipu realmente diminuir. A decisão de usar a Eletrobrás como colchão para amenizar o impacto do dólar nas tarifas foi tomada em reunião terça-feira à noite, no Palácio do Planalto, da qual participaram o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Mário Abdo, o ministro Francisco Gomide (Minas e Energia) e membros da equipe econômica.