Economia
Queda da taxa de juros favorece valoriza��o no mercado e a��es

São Paulo - A mudança na rota dos juros, indicada pela redução da taxa básica de 19% ao ano para 18,75% por decisão do Banco Central, animou o mercado financeiro. As ações reagiram com alta e os juros embutidos em negócios futuros reforçaram a baixa. Mais que ao discreto corte de 0,25 ponto percentual, foi uma resposta à tendência que a iniciativa do Banco Central sugere, o início da temporada de juros mais baixos, pela provável continuidade de cortes nas próximas reuniões mensais do Comitê de Política Monetária (Copom). A de março está marcada para os dias 19 e 20. A decisão do Copom na última reunião surpreendeu a maioria dos analistas, menos o diretor de administração de Recursos da Hedging-Griffo Asset Management, Luís Stuhlberger. Segundo ele, a suposta razão que teria levado o BC a deixar o conservadorismo de lado teria sido a percepção de que existe uma inflação inercial em torno de 0,50%, derivada da variação de preços dos não-tradeble, dos serviços e de tarifas públicas e administradas pelo governo. Seriam três fontes persistentes de pressão sobre a inflação, com dinâmica própria, que não poderiam ser neutralizadas pela ação mais rigorosa da política monetária, vale dizer, dos juros elevados. Em linhas gerais e didaticamente, Stuhlberger explica que fazem parte dos não-tradeble produtos que não têm relação com a variação do dólar nem fazem parte da pauta de importação ou exportação. Mas o exemplo mais claro de aumento de preços que corre à margem da política monetária é o de serviços, como os cobrados por escolas, médicos, barbeiros, entre outros. São serviços, explica, que têm aumento periódico de preços e se perpetuam até que o cliente mude de profissional ou de escola, atrás de outro mais barato. A fuga da clientela, no caso, seria um freio à alta ou até um fator encorajador à baixa dos preços. ?Mas é uma mudança que, em geral, leva bastante tempo?, concluiu.