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Nº 5904
Economia

Ministro defende retalia��o contra produtos europeus

Rio - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, sugeriu que o Brasil reduza importações da Europa na mesma proporção das perdas que deverá sofrer nas exportações de frango para a região. A partir desta semana,

Por | Edição do dia 27/10/2002 - Matéria atualizada em 27/10/2002 às 00h00

Rio - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, sugeriu que o Brasil reduza importações da Europa na mesma proporção das perdas que deverá sofrer nas exportações de frango para a região. A partir desta semana, aumenta de 15% para 75% a tarifa de importação do produto brasileiro, conforme decisão da União Européia. A represália foi sugerida caso a medida não seja revertida. A elevação das tarifas decorreu de uma mudança de classificação do produto, conforme o teor de sal do frango, o que foi considerado como uma “manobra protecionista” pelo ministro. O Brasil exporta cerca de US$ 400 milhões de frangos ao ano apenas para países europeus e já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão, que pode ser ainda, objeto de negociações diplomáticas, admitiu Moraes. “Cada vez que o mercado aumenta sua participação no mercado sofre alguma restrição. Faço votos para que a negociação diplomática seja bem-sucedida”, disse Moraes. Na avaliação do ministro, surpreende que a decisão surja em meio às negociações comerciais em curso justamente entre o Mercosul e a União Européia. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, trata-se, na prática, de uma barreira não-tarifária. “Bastou o frango brasileiro conquistar espaço para eles cortarem o mal pela raiz”, comentou. O ministro também informou que uma missão técnica brasileira embarcará para a Europa, nos próximos dias, para conhecer os critérios laboratoriais da União Européia. O objetivo é checar se há veracidade nas afirmações de técnicos da UE de que o Brasil estaria enviando produtos para países europeus com antibióticos proibidos. “Se os critérios laboratoriais deles forem eficientes, podemos até implantar similares no Brasil, mas não queremos ser vítimas de protecionismo sanitário”, ponderou o ministro. “Nós também podemos ser protecionistas, se quiser encontrar um vírus numa rolha de vinho francês, encontro em cinco minutos”, afirmou Moraes. O ministro defendeu, ainda, avanços nas negociações da Alca, mas ressaltou que devem ser permitidos apenas caso ocorram negociações na agricultura.

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