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Nº 5822
Economia

Medo de d�vida leva d�lar a fechar em R$ 3,66

O dólar comercial rompeu ontem um ciclo de cinco baixas consecutivas e o mercado mostrou que tem um novo piso para a moeda norte-americana, R$ 3,50, que segundo analistas só deve ser rompido em caso de notícias muito positivas ou entrada maciça de capital

Por | Edição do dia 07/11/2002 - Matéria atualizada em 07/11/2002 às 00h00

O dólar comercial rompeu ontem um ciclo de cinco baixas consecutivas e o mercado mostrou que tem um novo piso para a moeda norte-americana, R$ 3,50, que segundo analistas só deve ser rompido em caso de notícias muito positivas ou entrada maciça de capital estrangeiro. O propulsor da alta foi um mal-entendido em torno da dívida da Prefeitura de São Paulo, que despertou o medo do mercado em torno de uma pressão dos Estados e Municípios para renegociar suas dívidas com o governo federal. A moeda norte-americana fechou na máxima do dia, cotada a R$ 3,66 para venda e R$ 3,65 para compra, em alta de 3,82%, e voltou ao nível de 30 de setembro, quando fechara a R$ 3,72. O movimento seguiu a queda dos principais títulos da dívida brasileira no exterior, os C-Bond, que recuaram 1,41% para 57% do valor de face, e a conseqüente alta de 3,07% que levou o risco Brasil a 1.811 pontos. A notícia, mais tarde esclarecida, de que a prefeitura paulistana preferiu não saldar um parcela extraordinária de R$ 3 bilhões da dívida assustou o investidor estrangeiro, que passou a vender ativos brasileiros e acabou afetando o mercado doméstico. Isso porque a prefeita Marta Suplicy pertence ao mesmo partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o PT, o que gerou desconfiança quanto ao próximo governo federal. “Lá fora, o investidor se assusta e não entende quando ouve notícias desfavoráveis sobre o Brasil, e depois demora para que o mal-entendido seja desfeito”, afirmou Miriam Tavares, diretora da corretora AGK. A alta da manhã se ampliou durante a tarde graças à queda drástica do volume de negócios, que atribuiu maior peso a cada operação. Além disso, segundo Miriam, predominaram no mercado as tesourarias de bancos, que seguiram o movimento dos C-Bonds. Mesmo com o esclarecimento de que a decisão da Prefeitura de São Paulo não significa um calote, o mercado recebeu mal a opção feita pela prefeita de não abater a dívida para impedir um aumento dos juros sobre o montante total em débito. O secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, afirmou que a Prefeitura paulistana tinha a opção de amortizar ou não essa parcela de R$ 3 bilhões com a União para evitar um aumento dos juros sobre a dívida dos atuais 6% ao ano para 9% ao ano. O que Marta fez foi não exercer esse direito, já que o pagamento não era obrigatório.

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