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Nº 5822
Economia

Supermercados negociam manuten��o de pre�os

A disputa entre varejo e indústria, pela reposição ou manutenção de suas margens de lucro, começa a enveredar até pela suspensão temporária da entrega de algumas mercadorias. Grandes supermercados, de também grande poder de negociação, não querem aceitar

Por | Edição do dia 10/11/2002 - Matéria atualizada em 10/11/2002 às 00h00

A disputa entre varejo e indústria, pela reposição ou manutenção de suas margens de lucro, começa a enveredar até pela suspensão temporária da entrega de algumas mercadorias. Grandes supermercados, de também grande poder de negociação, não querem aceitar aumentos de preços. Parte da indústria afirma que tem de repassar aumentos de custos e que não pode entregar certas mercadorias sem reajuste. Como as lojas não aceitam alguns reajustes propostos pelos fornecedores, as redes acreditam, em parte, que o atraso na entrega é uma forma de pressionar as redes varejistas a aceitar o aumento. “Pode ser que o atraso ocorra por causa da falta de insumos ou que a produção tenha sido reduzida. Mas não acredito que seja apenas isso”, afirma Antônio Lucas, gerente de compras da rede Nordestão de supermercados. Dos 100 itens encomendados pela companhia a uma marca, a rede recebeu apenas 70% do volume esperado em outubro. “Isso não deixa de ser uma forma de pressão. Até porque estamos no meio de negociações de vários produtos que podem aumentar de preço”, lembra. Algumas associações de setor contestam a informação. Houve, por exemplo, atraso na entrega de farinha de trigo e de óleo de soja em setembro nas redes. Mas a Abima, que representa o setor de massas alimentícias, lembra que houve expansão na exportação de trigo e a safra brasileira ainda foi menor do que a prevista. Fabricante “O fabricante quer aumentar o preço da farinha de trigo, com insumo cotado em dólar. E ele fabrica farinha de milho também. Então, entrega menos farinha de trigo para a loja, porque há escassez no mercado interno. Mas também atrasa na entrega da farinha de milho. Qual a razão? Não há”, indaga um diretor da rede. “Isso faz parte do jogo entre varejo e indústria”, explica Sussumu Honda, presidente da Associação Paulista de Supermercados. “Os fabricantes de farinha de trigo já subiram os preços em até 50%. Mesmo assim, o fornecimento continua irregular. Às vezes, eles suspendem as entregas por uma semana e, quando retomam, pedem preços mais altos”. A Abitrigo informa que os atrasos podem ocorrer porque há falta de trigo no mercado. Houve uma quebra de 30% na safra.

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