Produtos natalinos n�o chegaram �s prateleiras
A dificuldade de negociação entre o varejo e alguns fabricantes fez atrasar, em mais de 30 dias, o fechamento de encomendas para o Natal. Neste momento, o consumidor já deveria ver as lojas com a exposição de panetones de marcas líderes em todos os pontos
Por | Edição do dia 10/11/2002 - Matéria atualizada em 10/11/2002 às 00h00
A dificuldade de negociação entre o varejo e alguns fabricantes fez atrasar, em mais de 30 dias, o fechamento de encomendas para o Natal. Neste momento, o consumidor já deveria ver as lojas com a exposição de panetones de marcas líderes em todos os pontos. Isso não ocorre. O risco de desabastecimento, no entanto, está afastado pelas lojas. Uma saída poderá ser a substituição de produtos nacionais por similares também nacionais. No caso da carne de peru, a situação é parecida com a do panetone. As conversas com alguns fabricantes se arrastam desde setembro. Os pedidos deveriam ter sido fechados na primeira quinzena de outubro, no máximo. Duas razões explicam a necessidade de reajustes e a demora em defini-los: 1) a escalada do dólar, que já dura quase seis meses. Quando a moeda dispara, mercadorias com qualquer componente importado ficam mais caras. 2) o número limitado de fabricantes. Em relação ao panetone, há apenas um. Experiência A Nestlé confirmou, hoje, que não fabrica mais o produto. Foi uma boa experiência, mas paramos, afirmou o presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita. Sem opção Resultado: as redes só podem comprar da Bauducco, que é também a nova dona da Visconti. Em alguns acordos com a Bauducco, as conversas ainda patinam. As negociações para a venda do peru também empacaram. Sadia e Perdigão pedem reajuste em torno de 11%, segundo a Folha de S. Paulo apurou. Mas, para a rede, o número não bate com a conta real. O discurso das lojas é o seguinte: o dólar até se valorizou, o que torna mais caro o produto. Porém o peso da ração da aves - composta pelo farelo de soja (cotado em dólar)- no produto final é mínimo, dizem as redes de supermercado. As empresas rebatem e afirmam que não solicitaram reajustes desde o ano passado. E os custos subiram no período. Na tentativa de oferecer novas opções ao consumidor, e evitar a falta, alguns supermercados colocaram panetones com marca própria à venda. Em outras mercadorias, que não são vendidas só no fim do ano, também há alterações.