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Nº 5822
Economia

Infla��o dispara e mercado teme choque de juros

A inflação disparou por causa do repasse da alta do dólar aos preços, reveleram os últimos indicadores (IGP-M, IPC-Fipe, IPCA e IGP-DI), parte do mercado passou a apostar em uma alta de juros no dia 20, e o humor dos investidores piorou. A Bovespa cai ma

Por | Edição do dia 13/11/2002 - Matéria atualizada em 13/11/2002 às 00h00

A inflação disparou por causa do repasse da alta do dólar aos preços, reveleram os últimos indicadores (IGP-M, IPC-Fipe, IPCA e IGP-DI), parte do mercado passou a apostar em uma alta de juros no dia 20, e o humor dos investidores piorou. A Bovespa cai mais de 2%. Há o temor de um novo choque de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária) no próximo dia 20. Em caso de uma subida dos juros -hoje em 21% ao ano-, as empresas tendem a produzir menos, pois o crédito encarece inibindo o consumo. As ações caem porque os investidores descontam essa expectativa negativa no preço dos papéis. A fornada de índices de inflação assustou o mercado: a inflação do município de São Paulo disparou e foi a 1,55% na primeira prévia de novembro, graças, principalmente, à alta nos preços dos alimentos, segundo indica o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Esta é a maior elevação de preços no período de quatro semanas acumuladas desde a terceira prévia de agosto de 2000, quando o IPC atingiu 1,81%. A inflação de outubro medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) ficou em 4,21%. Essa foi a maior taxa desde fevereiro de 1999, mês seguinte à desvalorização do real, quando o índice apontou inflação de 4,44%. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apontou inflação de 1,31% em outubro, taxa superior ao 0,72% registrado em setembro. O destaque da alta do mês passado foi para o preço dos alimentos, que subiram 2,79%, acima do resultado de setembro, que foi de 1,96%. Destaque para pão francês, com elevação de 6,37%. Nem todo mundo aposta em uma alta dos juros. Para o diretor do BNP Paribas Asset Management, Marcelo Saddi Castro, a inflação assusta, mas que uma nova elevação dos juros prejudicaria muito a economia, pois não há renda real para suportar mais um aperto no crédito, sem comprometer o crescimento do PIB do país. ‘’Desde a subida dos juros em três pontos percentuais e na elevação do compulsório dos bancos, o dólar tem caído, as condições de risco do Brasil melhoraram - não muito. Acho que, antes de mexer no juros, o Banco Central vai esperar para ver até onde vai essa melhora’’, diz o diretor do BNP.

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