Analistas dos EUA culpam BC e Lula por infla��o alta
Nova Iorque Os analistas do mercado financeiro norte-americano reagiram mal ao resultado da segunda prévia do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de novembro, que ficou em 3,86%, a mais alta desde agosto de 1994. Para eles, a falta de credibilidade
Por | Edição do dia 23/11/2002 - Matéria atualizada em 23/11/2002 às 00h00
Nova Iorque Os analistas do mercado financeiro norte-americano reagiram mal ao resultado da segunda prévia do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de novembro, que ficou em 3,86%, a mais alta desde agosto de 1994. Para eles, a falta de credibilidade do Banco Central brasileiro e os poucos de sinais sobre a política econômica a ser adotada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva estão minando as expectativas inflacionárias. Para o diretor de pesquisa econômica para América Latina do banco WestLB, John Welch, o BC precisa elevar ainda mais os juros para conter a disparada da inflação. O BC precisa dar um choque de credibilidade, afirmou Welch. Ele considerou preocupante a alta do índice de preços ao consumidor (IPC) do IGP-M, que subiu de 0,66% em outubro para 2,07% na segunda prévia de novembro. Antes se observava uma alta mais ampla do índice. Esse salto do componente de preços ao consumidor reflete uma falta de credibilidade do BC, afirmou Welch. O resultado da segunda prévia do IGP-M também desagradou o estrategista-sênior de renda fixa para mercados emergentes da Merrill Lynch, Felipe Illanes. Ele estima agora que o IGP-M fechado para novembro deverá ficar acima de 4%. Embora esse resultado da segunda prévia tenha sido bastante expressivo no aspecto negativo, a história continua a mesma: os índices de preços mais amplos estão captando bastante o repasse do câmbio, mas nem por isso acho que estamos necessariamente numa trajetória alarmante da inflação ainda, disse.