BC n�o consegue rolar d�vida e d�lar sobe 1,8%
Em dia de queda-de-braço entre o mercado e o Banco Central, o dólar terminou em alta de 1,83%, a R$ 3,61 para venda e R$ 3,605 para compra, após registrar uma máxima de R$ 3,624. A última vez que o dólar fechou cotado acima de R$ 3,60 foi no dia 14 deste
Por | Edição do dia 27/11/2002 - Matéria atualizada em 27/11/2002 às 00h00
Em dia de queda-de-braço entre o mercado e o Banco Central, o dólar terminou em alta de 1,83%, a R$ 3,61 para venda e R$ 3,605 para compra, após registrar uma máxima de R$ 3,624. A última vez que o dólar fechou cotado acima de R$ 3,60 foi no dia 14 deste mês. O motivo: a rolagem de uma dívida cambial de US$ 2,3 bilhões que vence na segunda-feira (2), da qual o Banco Central renovou apenas 24,4% em operação realizada segunda-feira e em duas operações de rolagem promovidas ontem, recusou toda as propostas feitas pelo mercado. O mercado está pressionando, está especulando. Amanhã deve ser pior ainda afirmou o diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel. Segundo analistas, os investidores estão pedindo taxas mais altas do Banco Central prevendo uma queda do dólar. A dívida que vence é formada essencialmente de contratos chamados swap cambial, pelos quais o investidor recebe do BC a variação do dólar no período de vigência, descontada a taxa de juros e acrescida de uma taxa de remuneração. Se a projeção é de uma variação cambial menor, os investidores tentam ganhar com a taxa de remuneração. Entretanto, o BC não mostrou interesse em pagar caro para alongar a dívida, dando sinais de que pretende liquidar o vencimento já na segunda-feira. Muitos analistas acreditam que a ação é positiva porque reduz a exposição cambial da autoridade monetária. Além disso, há também um movimento dos investidores que pretendem manter seu estoque de proteção cambial para substituir os swaps cambiais que vencem por dólares à vista. A dívida vem adicionar pressão em um mercado que já subia pelo fluxo negativo de negócios - segundo operadores, apenas quem precisa comprar dólares para pagar dívidas tem entrado no mercado, com os demais investidores aguardando até o anúncio do ministério do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para voltar aos negócios.