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Nº 5759
Economia

Trabalho � dividido entre a fam�lia

Desde o momento de descascar as frutas, preparar os materiais e envasar o produto todos se engajam, mas na hora de dar o ponto ao doce, ninguém mete a mão. É trabalho exclusivo da dona Cícera. “Todo o cuidado é pouco, é preciso trabalhar com muita atenção

Por | Edição do dia 31/05/2015 - Matéria atualizada em 31/05/2015 às 00h00

Desde o momento de descascar as frutas, preparar os materiais e envasar o produto todos se engajam, mas na hora de dar o ponto ao doce, ninguém mete a mão. É trabalho exclusivo da dona Cícera. “Todo o cuidado é pouco, é preciso trabalhar com muita atenção e jeito para ficar tudo certinho”. O genro que é moto-taxista ajuda a pegar as encomendas de leite, faz a propaganda dos doces para os passageiros e quase sempre realiza a entrega de mercadorias. O irmão de Davi atua com vendas avulsas, utilizando uma moto equipada com caixa de som, que espalha pela cidade um jingle gravado com a propaganda do produto. “Olha o Nêgo Bom, olha o Nêgo Bom. É o Nêgo Bom abençoado, gostosinho e açucarado, pode comprar, pode comprar”, é um trecho da música já bem conhecida nos rincões de Atalaia. INFORMALIDADE Cícera e Davi Doceiro ainda estão na informalidade, mas querem procurar o Sebrae para avaliar a melhor forma de se enquadrarem como Microempreendedores Individuais (MEIs) e, em seguida, abrirem sua microempresa. Eles sabem que precisam de um número de CNPJ para poder colocar um rótulo nos produtos. Com isso, o mercado abre um leque de novas possibilidades de vendas. O casal tem consciência que é preciso dar um passo de cada vez, sem tirar os pés do chão. Foi assim para adquirir as panelas, os dois fogões industriais, o liquidificador industrial, a máquina de Nêgo Bom, o galpão e tudo que conseguiram. Com muito trabalho, coragem, bom atendimento, qualidade dos produtos, diversificação e preço bom eles conquistaram uma carteira com mais de cem clientes fiéis, cinco churrascarias, seis restaurantes e algumas lanchonetes. Os produtos também são um sucesso sempre que há quermesses da Igreja Católica. Dona Cícera é antenada e costuma participar de feiras e palestras, a convite do banco, para se informar dos detalhes e novidades do programa Crediamigo. Davi se orgulha de ter as duas filhas já casadas, o filho caçula está no 2º ano do ensino médio aos 15 anos, e o mais velho estuda engenharia de produção na faculdade, conhecimentos que ajudam bastante nos negócios da família. “Só tenho a dizer que a gente pode ter todo tipo de problema, mas nenhum é grande porque grande mesmo só é Deus”. O esforço abnegado em busca da qualidade é uma marca registrada do empreendimento. A quantidade de frutas utilizadas aumentou bastante, o tempo de cozimento dos doces também, o que exige a constante troca de panelas. “Elas se estragam, não dá para ficar com a velha, tem de trocar, já usamos na base de umas duzentas panelas nesses anos todos”, lembra Cícera.

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