app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Economia

Ind�stria do carro de boi est� desaparecendo

Os poucos veículos de tração bovina que ainda restam estão no interior do Nordeste e fazem transporte de carga e de água nas regiões semiáridas ou então servem apenas de atração nas festas e procissões católicas. Veículo de tecnologia rudimentar responsáv

Por | Edição do dia 19/07/2015 - Matéria atualizada em 19/07/2015 às 00h00

Os poucos veículos de tração bovina que ainda restam estão no interior do Nordeste e fazem transporte de carga e de água nas regiões semiáridas ou então servem apenas de atração nas festas e procissões católicas. Veículo de tecnologia rudimentar responsável pelo início do desenvolvimento da colônia portuguesa tem, atualmente, pouca representatividade para a economia alagoana. Feitos artesanalmente com madeira que cupim não rói, transportavam até três toneladas de mercadorias do interior até os portos, para as feiras das cidades, e eram meio de transporte das famílias das zonas rurais. Ajudaram a prosperar a agricultura, pecuária e se tornaram símbolo de riqueza e de poder dos colonos e fazendeiros. DECADÊNCIA Com a chegada da linha férrea, no século XIX, e o desenvolvimento da indústria automobilística, os carros de boi foram desaparecendo lentamente das áreas urbanas. Ficaram como o principal meio de transporte de carga pesada das áreas rurais. No Sertão das Alagoas, a indústria do carro de boi está desaparecendo. Se já tinha pouca força a partir da segunda metade do século passado, foi duramente golpeada pelo crescimento do mercado de motocicletas no País. O veículo leve, veloz, de fácil adaptação aos terrenos arenosos e de baixo consumo de combustível, mas com pouca capacidade de carga, começava a substituir o rudimentar veículo como meio de transporte de carga. Para se ter uma ideia do crescimento do mercado de motocicletas, no período de 1975 a 85 o Brasil fabricou e vendeu 161. 378. Daí em diante, o mercado só cresceu ano a ano, numa velocidade espantosa. Conforme a estatística da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), nos primeiros seis meses deste ano foram fabricadas e praticamente vendidas 699.462 motos de diversos modelos. Uma motocicleta de 250 cilindradas, a mais usada no interior, custa em média R$ 5 mil, a metade do custo de carro de boi pequeno com uma parelha de dois bois novos sem muito valor de mercado. O veículo de tração animal, fabricado com madeira especial, com capacidade para transportar mais de uma tonelada de mercadorias com duas parelhas (quatro bois adultos, de raça e fortes) pode custar de 25 a 30 mil. É o valor de uma caminhonete usada, com tração nas quatro rodas e movida a diesel.

Mais matérias
desta edição