Economia
Super�vit: governo eleva meta para 4,25% do PIB

Brasília - O governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu elevar a meta de superávit primário (receitas menos despesas, sem incluir gastos com juros) do setor público para este ano de 3,75% para 4,25% do PIB, o equivalente a uma economia de R$ 68 bilhões, segundo cálculos do secretário do Tesouro, Joaquim Levy. Essa é a maior meta fiscal da história. É com esse dinheiro economizado que o governo paga os juros de sua dívida pública, impedindo assim seu descontrole. O sistema de metas de superávit começou a ser utilizado pelo governo brasileiro em 1998, quando o país fechou acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). A primeira meta passou a valer em 1999 - o setor público tinha que economizar o equivalente a 3,1% do PIB. Para 2000, a meta subiu para 3,4% do PIB e em 2001, o esforço fiscal superou a meta estabelecida, de 3,35% do PIB, atingindo 3,7% do PIB. O mesmo aconteceu em 2002: a meta era de 3,88%, mas foi alcançado um resultado de 4,06%. A previsão inicial era de que, ao longo dos anos, o ajuste fiscal fosse sendo reduzido, pois a trajetória dívida/PIB estaria estabilizada. No entanto, o racionamento de energia elétrica em 2001, os atentados terroristas de 11 de setembro, o desaquecimento da economia mundial e o agravamento da crise argentina provocaram as altas da inflação e da taxa de juros.