Economia
Desemprego eleva Uber � condi��o de salvador

São Paulo, SP ? No dia 28 de novembro, o ex-vendedor de carros Pedro Augusto Vizelli, 62 anos, tomou café da manhã mais cedo que de costume na casa onde vive com a mulher e as duas filhas, em Santo André, na Grande São Paulo. Vestindo camisa polo, calça jeans e óculos esportivos, entrou num Palio vermelho e saiu rumo a São Paulo à espera do primeiro chamado de um passageiro. Era seu dia de estreia no aplicativo Uber. Aposentado desde dezembro do ano passado, Vizelli está entre os 50 mil motoristas que rodam no País desde 2014, quando a empresa americana começou a operar por aqui com a proposta oferecer uma ?carona remunerada?. Antes de encarar a aventura das ruas, já havia tentado, sem sucesso, abrir uma lanchonete neste ano. O Uber acabou se revelando o caminho mais fácil e rápido para complementar a renda, desfalcada desde que as comissões pelas vendas de carro despencaram, obrigando-o a deixar o emprego de toda uma vida antes do previsto. Para começar a trabalhar, trocou seu Honda Fit surrado por um carro 2013 e viu duas vezes o vídeo de treinamento da companhia - para fixar melhor as mensagens, explicou ele. ?Tenho planos de tirar R$ 3 mil (líquido) por mês. Mas, para isso, tenho de trabalhar pelo menos 12 horas por dia, cinco dias por semana?.