Economia
Luta por subs�dio da cana une usina e fornecedores

Edivaldo Junior A partir desta semana, um conhecido e importante tema do Nordeste canavieiro vai voltar à mesa de negociação do governo federal: o ?subsídio? da cana. Usineiros e fornecedores vão trabalhar, inicialmente junto ao Ministério da Agricultura, pela reativação do programa de equalização de custos da cana-de-açúcar. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/Alagoas), Pedro Robério Nogueira, antecipou que este será um dos principais pleitos dos produtores nordestinos na Câmara Setorial da Cana-de-açúcar, que começa a funcionar a partir do dia 2 de maio. A última liberação do ?subsídio? foi feito em outubro de 2002, após mais de três anos de atraso, quando foram repassados mais de R$ 150 milhões para usinas e fornecedores de Alagoas. ?Vamos pleitear também a correção do valor da equalização?, completou Pedro Robério. Ele lembrou que o último valor repassado aos produtores teve como base uma equalização de R$ 5,07 por tonelada de cana. O Sindaçúcar/AL vai pleitear a elevação para R$ 8,62, com base em documento subscrito pelos governadores do Nordeste. Fornecedores O presidente da União Nordestina dos Plantadores de Cana (Unida), Edgar Antunes, também promete entrar na briga. Ele defende a participação de representantes das usinas e dos fornecedores de cana na Câmara Setorial da cana-de-açúcar e já antecipou que vai trabalhar pela reativação imediata do programa. ?A equalização representa o equilíbrio da produção. Se o governo quiser manter a cana no Nordeste, atividade que gera milhares de empregos e diminui as demandas sociais, terá que dar continuidade ao programa?, enfatizou. Otimista, Edgar Antunes acredita na sensibilidade do governo. ?O presidente Lula e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, sabem da importância da cana para o Nordeste e da imperiosa necessidade da equalização para nossa sobrevivência?, disse. A equalização é um sistema de compensação de preços com o Centro-sul. Os custos de produção no Nordeste são maiores. Sem essa compensação, dizem os produtores, a região perderia competitividade tanto no mercado interno, quanto no externo. A estimativa do Sindaçúcar/AL é de que, corrigido o valor da equalização, o setor sucroalcooleiro de Alagoas receba, a cada ano safra, entre R$ 180 milhões e R$ 200 milhões de ?subsídio?. Favorável A produção de cana, mantido o atual comportamento do clima, favorável às chuvas, deve aumentar na próxima colheita. A estimativa inicial do Sindaçúcar/AL é que na safra 2003/04, que começa em setembro, sejam colhidas no Estado cerca de 25 milhões de toneladas de cana. Pedro Robério Nogueira antecipou que o setor vai trabalhar para aumentar, principalmente, o rendimento industrial. ?Não adianta aumentar a produção no campo, se não crescer também o rendimento na indústria?, disse.