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sábado, 28/06/2025 | Ano | Nº 5999
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Negocia��es salariais preocupam governos

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FÁTIMA ALMEIDA A safra de negociações coletivas entre patrões e empregados de várias categorias profissionais, que se iniciou em abril e se intensifica neste mês de maio, começa a preocupar técnicos da área econômica do governo. A reposição das perdas acumuladas (em torno de 15% a 18% para quem vem conseguindo repor a inflação em anos anteriores), constitui a principal pauta de reivindicação dos sindicatos, e o seu resultado vem sendo observado cuidadosamente por setores do governo, que consideram a possibilidade do impacto que esses reajustes podem ter na inflação. Os metalúrgicos já iniciaram sua mobilização e, como sempre, demonstram fôlego para assegurar ganhos. Nos próximos meses ferroviários, rodoviários, portuários, petroleiros, empregados da construção civil e do comércio, urbanitários, bancários e outras categorias entram também em negociação. A maioria tem data-base em maio. Depois vem o mês de setembro, também considerado bastante movimentado. A preocupação do governo, conforme tem sido comentado e noticiado por setores da imprensa nacional, foi colocada com clareza na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), não reside tanto no medo de que os reajustes resultantes dessas negociações levem à alta da inflação, mas que eles impeçam uma trajetória de queda mais rápida. Mas para setores do movimento sindical, essa preocupação dos técnicos do governo não tem razão de existir. ?O trabalhador, quando conquista numa negociação a reposição da inflação do período, está repondo perdas que já foram corroídas pela inflação. Perdas são perdas e têm que ser repostas, senão a defasagem salarial leva o trabalhador a uma situação inadministrável?, declara João Leão, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Estado de Alagoas. Reposições A entidade, que em Alagoas engloba os trabalhadores da Ceal, Casal, Chesf e Sae (serviço de água e esgoto que atende a nove municípios do Estado), tem data-base em maio, e já está com a pauta de reivindicações praticamente definida. ?Reposição salarial pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor), que deve ficar em torno de 18% no final de abril, é o nosso principal ponto?, diz Leão. Ele alerta que ninguém, nem os trabalhadores nem o governo, deve pensar na reposição de perdas salariais como fenômeno impulsionador da inflação. ?O que ocorre é exatamente o contrário. Temos que pensar na inflação que corroeu nossos salários durante todo o ano, para repor as perdas?. A observação tem lógica e caminha na mesma linha defendida pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Élvio Lima. ?É um equívoco pensar dessa maneira. Os trabalhadores têm perdas, que foram geradas, na maioria dos casos, pela inflação. E nós sabemos que muitas mercadorias necessárias ao dia-a-dia do trabalhador sobem mais do que os índices oficiais da inflação. Se não forem repostas essas perdas os trabalhadores perdem o poder de compra?, diz Élvio. Além do mais, ele observa que o dinheiro repassado para o trabalhador a título de reposição salarial não é um dinheiro que vem de fora, é recurso que já entrou nas empresas, como ganho no período. Segundo Élvio, os técnicos do governo devem pensar, sim, é que o resultado dos acordos coletivos, quando positivos para o trabalhador, são positivos também para movimentar a economia. ?É dinheiro que resgata o poder de compra, gera mais arrecadação de impostos e até mais postos de emprego em setores que movimentam a economia?, destaca.

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