Economia
44,7% dos alagoanos não têm emprego formal

Apesar de ter registrado uma retração de 2,4% entre 2016 e 2018, a informalidade no mercado de trabalho de Alagoas atinge 44,7% do total de trabalhadores ocupados. É o que mostra um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo dessa sexta-feira, 8. Feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo mostra que a informalidade no mercado de trabalho alagoano supera a média nacional de 40,8% que não podem contar com a carteira de trabalho ou CNPJ. Esse percentual, porém, chega a 58,8% no Piauí e a 59,8% no Maranhão. O Pará é o estado com a situação mais grave: lá, 61,4% dos ocupados estão na informalidade. Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais registraram alta do trabalho informal acima da média nacional, de 1,8% no período. Rio Grande do Norte e Sergipe, estados com renda menor, completam o grupo. Entre os três estados que lideram as altas, a expansão do trabalho informal alcançou mais do que o dobro da média nacional, chegando a 4,7% (ES), 4,2% (SP) e 3,9% (RJ), segundo levantamento da consultoria Tendências feito com exclusividade para a Folha. No total, os seis estados de maior renda tinham 16,8 milhões de trabalhadores na informalidade no ano passado ou 44,8% dos informais distribuídos por todo o Brasil. Em 2018, o país tinha 37,5 milhões de trabalhadores na informalidade de um total de 91,8 milhões de ocupados. ?Num contexto em que se discute a reforma da Previdência e se fala em uma regra geral para todos os estados, tentamos mostrar a cara do Brasil do ponto de vista do mercado de trabalho e podemos dizer que ela é bastante heterogênea?, diz o economista Thiago Xavier, um dos autores do levantamento ao lado de Rayne Alves dos Santos. Os números começam em 2016 porque o IBGE dispõe de alguns dados, como os relativos aos ?conta-própria com e sem carteira de trabalho?, somente a partir daquele ano. Outro aspecto que vale ressaltar é que, embora a informalidade tenha piorado mais entre os estados com renda mais alta, os dados mostram que ela é um problema mais grave nos estados mais pobres do Norte e do Nordeste. Todos os estados com nível de informalidade acima da média nacional pertencem às duas regiões. A exceção é o Espírito Santo. Para Daniel Duque, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), os estados mais pobres têm população menos escolarizada e menos setores produtivos, de modo que nem a lucratividade nem o custo do trabalho permitem uma maior formalização da mão de obra.