Economia
Spread, o lucro de bancos com juros, � o maior desde 99

Brasília - Os bancos nunca cobraram tanto para emprestar aos clientes, desde que o Banco Central passou a acompanhar esse indicador, conhecido como spread bancário. A diferença entre o que os bancos pagam de juros e o que eles cobram dos clientes, o spread, chegou a 33 pontos percentuais em março, o maior nível médio desde junho de 2000, quando o governo começou a acompanhar o indicador. Para pessoas físicas, o spread subiu em março para 59,9 pontos percentuais, também o maior nível desde o início da contagem. O aumento do que é cobrado pelos bancos, aliado à alta dos juros básicos pelo BC nos últimos meses, também levou a taxa média do cheque especial para o maior nível desde abril de 1999, chegando a 177,9% ao ano. Em 12 meses, a taxa do cheque especial já subiu 18,3 pontos percentuais. A taxa de juros do crédito pessoal em março foi de 100,6%, a maior desde abril de 1999, com aumento de 17 pontos percentuais desde março de 2002. Segundo o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, os bancos estão mais conservadores ao conceder empréstimos, principalmente por causa do aumento da inadimplência característico dos primeiros meses do ano, quando se acumulam pagamentos das compras de Natal, impostos e outros gastos anuais para as famílias. No entanto, na comparação do mês de março em relação ao mesmo período de 2002, o spread subiu muito mais que a inadimplência, que passou de 15,4% para 15,7%, o spread para esses clientes aumentou 6,5 pontos percentuais no período, de 53,4 para 59,9 pontos percentuais. Ou seja, a inadimplência subiu 2% de março de 2002 até o mês passado, enquanto o spread subiu 12,2% no mesmo período. Cheque especial A taxa de juros cobrada no cheque especial atingiu 177,9% ao ano no mês de março, o que representa um aumento de 4,8 pontos percentuais em relação a fevereiro, quando a taxa era de 174,1% ao ano. Os números foram divulgados pelo BC.