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Sindicatos condenam reforma da Previd�ncia

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BLEINE OLIVEIRA A proposta de reforma da Previdência que o presidente Lula, acompanhado de governadores, encaminhou ao Congresso Nacional provocou a reação contrária de sindicalistas alagoanos. Eles protestaram, primeiro, por não terem sido chamados a discutir o projeto de reforma de governo. Sendo o presidente um trabalhador que exerceu papel fundamental no movimento sindical brasileiro, é no mínimo inaceitável que tenha preterido a representação dos trabalhadores. Embora ressaltem que o que sabem da reforma é o que está publicado nos jornais ou nos endereços eletrônicos de alguns órgãos públicos, os dirigentes sindicais de Alagoas anunciam que vão mobilizar suas bases para condenar todos os itens que consideram retrocesso em direitos já conquistados. Todos sabem que, no projeto encaminhado ao Congresso, o governo manteve pontos polêmicos como a elevação da idade mínima para aposentadoria, a cobrança de contribuição aos inativos e o teto-limite para a aposentadoria. ?Estou indignada?, disse a presidente do Sindicato dos Previdenciários de Alagoas (Sindprev), Idailza Beirão. Para ela, cobrar de servidor inativo pagamento de contribuição à Previdência é um ato absurdo e inaceitável. ?Pra que aposentado pagar? Defunto não recebe aposentadoria?, declara Idailza, reclamando que nenhuma categoria do funcionalismo público federal conhece oficialmente a proposta do governo. A dirigente do Sindprev admite a necessidade de mudanças no sistema previdenciário, mas lamentou que o presidente Lula não tenha chamado os trabalhadores para negociar a reforma. Presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal, João Gonzaga Filho definiu como inaceitável que o governo ?tenha adotado uma política neoliberal mais intensa do que a de seu antecessor?. Na avaliação dele, o presidente Lula optou por prejudicar os trabalhadores porque ?sabe que é difícil bater de frente com o FMI e com o grande empresariado nacional?. João Gonzaga entende que ao atacar o funcionalismo, o governo tenta dar a impressão à sociedade de que está arrumando a casa. Mas não deixa claro para a sociedade que o servidor público sempre contribuiu com a previdência pagando contribuição sobre salário integral. Esperança O que os trabalhadores farão a partir de agora? A essa pergunta os sindicalistas respondem de forma consensual: todas as categorias que se sentem prejudicadas pela reforma da Previdência vão pressionar o Congresso para garantir seus direitos. O presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Alceu Pimentel, ressalta que os servidores públicos não são responsáveis pelo déficit da Previdência. ?A aposentadoria de servidor público não é o vilão dessa crise. A causa está na sonegação e nos desfalques históricos que a Previdência sofreu?, afirma o médico, condenando a cobrança dos inativos. Para o dirigente do Sinmed, o movimento sindical brasileiro e alagoano tem que estar mais ativo que no passado para fazer valer seus direitos. As palavras de ordem dos trabalhadores agora, sugere ele, devem ser organização e mobilização. Mesmo condenando a política neoliberal que o presidente Lula adotou na questão da reforma previdenciária, os sindicalistas alagoanos apostam na negociação para preservar seus direitos. ?Ainda temos esperança?, completa Alceu Pimentel. Estudos A Central Única dos Trabalhadores (CUT) já está estudando a reforma previdenciária há algum tempo. Temendo que a classe trabalhadora possa ser prejudicada com o fim de direitos conquistados após anos de luta, a central reuniu especialistas para que apresentem uma análise do que está sendo proposto pelo governo e o que realmente interessa aos trabalhadores. ?A reforma é necessária, mas não vamos aceitá-la se significar perda de direitos adquiridos?, diz o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, João de Souza Leão, que é membro da direção nacional da CUT. Ele preferiu não fazer comentário sobre a proposta encaminhada ao Congresso nacional pelo presidente Lula, sob o argumento de que não conhece o teor oficial da reforma. ?Não podemos nos precipitar?, disse o dirigente da CUT/Alagoas. Mas deixou claro que a Central jamais vai abrir de sua autonomia e independência, mesmo tendo apoiado a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. João garante que, se a reforma prejudicar os trabalhadores, a CUT vai mobilizá-los e provocar uma reação em todo o País. ?O governo não é infalível. Se sair do rumo vamos ajudá-lo a corrigir sua rota?, afirmou, revelando que as reformas previdenciária e tributária serão discutidas no Congresso Nacional das classes trabalhadoras, o conhecido Conclat, que a CUT realiza de 3 a 7 de junho próximo, em São Paulo. ?Sabemos o que interessa aos trabalhadores e não vamos aceitar nada que prejudique esses interesses?, concluiu o dirigente cutista.

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