Economia
Cresce disputa no mercado de low cost

| FABIANA FUTEMA Folha Online Mais uma empresa se prepara para disputar o mercado aéreo de baixo custo segmento que foi inicialmente explorado no País pela Gol. É a OceanAir, que pretende deixar de ser uma empresa regional para operar vôos de média e longa distância com preços competitivos. A ponte Rio-São Paulo, por exemplo, custará a partir de R$ 100. Esse mercado já é explorado pela WebJet desde julho deste ano. A ex-charteira BRA estréia como empresa regular de aviação amanhã. Todas essas empresas prometem oferecer preços menores que a concorrência. A estréia da OceanAir nos vôos de longa distância deve ocorrer em 2006, quando a companhia colocar em operação os dois primeiros jatos MK-28, com capacidade para 100 passageiros. Até o final do ano, mais oito serão incorporados à frota. A empresa opera hoje com dez aviões entre Fokker F-50 e EMB Brasília. Os novos aviões sairão de São Paulo e Rio de Janeiro em direção às capitais do Nordeste, como Recife, Porto Seguro, Salvador, Maceió e Fortaleza. Outras rotas entrarão em operação a partir de fevereiro. A empresa pretende integrar os novos vôos de longa distância com a malha da Avianca - companhia aérea colombiana pertencente ao grupo que comanda a OceanAir voltada para Europa, América do Sul, Central e do Norte. A BRA, por sua vez, estréia na amanhã suas operações como empresa regular de aviação. A companhia, que já funciona há seis anos, voava apenas com fretamentos. A estréia da BRA deve acirrar a concorrência no mercado aéreo, já que a empresa deve atuar como companhia de baixo custo. Segundo a BRA, suas passagens serão até 30% mais baratas que as da concorrência. A ponte Rio-São Paulo, por exemplo, custará a partir de R$ 99. A BRA irá operar seis vôos diários a partir do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Os vôos deverão atender oito capitais do país. O transporte aéreo não pode mais ser só para a elite. O nosso foco é garantir o acesso ao transporte aéreo para um maior número de brasileiros e, para isso, queremos começar o verdadeiro conceito de low cost [baixo custo] no Brasil, trazendo novos passageiros para um segmento já desenvolvido em outros países como os Estados Unidos, diz Waldomiro Ferreira, diretor de Planejamento e Tráfego. A venda de passagens será feita em lojas próprias e agências de turismo. A comercialização de bilhetes pela internet deve começar nos próximos dias. A frota da companhia, composta por nove aeronaves, receberá o 10º avião até o final de dezembro. O início das operações regulares da BRA será marcado por duas etapas. A primeira, com destinos para Salvador, Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Brasília e Rio de Janeiro, num total de 42 vôos semanais regulares. Ao longo dos próximos meses, 22 cidades farão parte da malha da BRA. Não tivemos de fazer grandes investimentos [para voar como empresa regular]. Apenas deslocamos a infra-estrutura dos vôos fretados para os regulares e contratamos 40 novos funcionários, disse Ferreira. GOL X VARIG A companhia aérea Gol está preparada para ocupar o espaço da Varig, que está em processo de recuperação judicial. O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, disse que numa eventual saída da Varig do mercado, a empresa estaria preparada para assumir suas rotas. Nossos planos de crescimento não se norteiam pela situação da Varig. E não trabalhamos com essa possibilidade [de quebra da Varig]. Mas numa eventual situação dessas, estaríamos preparados para assumir o mercado, disse. Segundo ele, a meta da Gol é focar seu plano de expansão no mercado doméstico e na América Latina. A empresa, que desde dezembro de 2004 voa para a Argentina, acaba de inaugurar um destino para a Bolívia. Júnior descartou a possibilidade da Gol assumir rotas de intercontinentais, como Paris (França) e Londres (Inglaterra). Para chegar a esses mercados, a Gol planeja fechar acordos de code-share (compartilhamento de vôos) com outras companhias, como Continental, Air France, Delta e Alitalia. A empresa já tem um acordo desse tipo com a panamenha Copa Airlines. Numa outra frente, a Gol está finalizando o acordo de criação de uma empresa aérea de baixo custo no México. Sem detalhar o negócio, Júnior afirmou que o controle da nova aérea será compartilhado entre a Gol e mexicanos. No entanto, a legislação local não permite que estrangeiros detenham mais de 25% de empresas aéreas.