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Nº 5861
Economia Recursos do Bolsa Família atingiu um número menor de residências em relação a 2012

Quase 14% dos municípios no País recebem Bolsa Família

Rendimento médio do programa ficou em R$ 341 no ano passado

Por Agência Brasil | Edição do dia 17/10/2019 - Matéria atualizada em 17/10/2019 às 06h00

Em 2018, 13,7% dos domicílios particulares permanentes recebiam recursos do Programa Bolsa Família. Em 2012, o índice era maior e alcançava 15,9%. Nesse período, o rendimento era de R$ 368, enquanto em 2018 ficou em R$ 341. Adriana Beringuy disse que não pode afirmar que esse foi o motivo para a redução, mas lembrou que em 2017 houve um recadastramento dos beneficiários, que resultou em cortes, embora alguns tenham sido retomados mais tarde. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) era pago a 3,6% dos domicílios em 2018, o que significa 1 ponto percentual acima do registrado em 2012, quando o benefício era de 696, chegando a R$ 698 em 2018. Para a gerente da Pnad, não é possível relacionar o número menor de benefícios ao aumento do trabalho informal. “Não há uma procura maior por trabalho informal. O trabalho informal é o que se consegue. Diante da situação do mercado de trabalho, as pessoas não conseguindo um emprego com carteira e todos os benefícios, acabam trabalhando em atividades informais ou tentando abrir seu próprio negócio”, disse. Maria Lúcia acrescentou que, ao longo desse período, entre outras atividades do trabalho informal, houve o registro de aumento do serviço de alimentação e de motoristas de aplicativos. “As pessoas precisam pagar as contas, então o emprego informal é o que se vê que pode ser feito naquele momento. A questão da ocupação formal ou informal não tem relação com o recebimento do Bolsa Família, porque pode haver um trabalhador formal que recebe com carteira e a família recebe o programa. Por que? Porque tem tantos filhos que na hora em que faz a conta ele acaba se tornando alguém que pode receber o programa. O fato de estar ocupado ou não nada tem a ver com receber ou não o programa”, afirmou. Ela lembrou que uma pessoa com trabalho informal não declara os rendimentos e pode ter mais facilidade para se encaixar nos critérios para o recebimento do Bolsa Família. “Quem tem carteira, tem o rendimento declarado, e quem está informalmente, não necessariamente declara aquele rendimento. Então acaba podendo conseguir um programa com mais facilidade”. A gerente chamou a atenção também para o fato de as famílias que recebem esses auxílios terem rendimento muito menor, de fato, do que as famílias em que ninguém recebe o auxílio. “É cerca de um quinto do rendimento, enquanto as famílias que têm, pelo menos, um morador que recebe a Bolsa Família de 300 e poucos reais, as famílias que não recebem, que não têm ninguém recebendo o programa, é de quase R$ 1,5 mil. É uma diferença muito grande, e a gente vê essa diferença até na estrutura do domicílio. No acesso aos serviços e nos bens que têm”, afirmou.

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